Miami (EFE) — O Rita se transformou em um furacão de categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, após os ventos do fenômeno aumentarem para 265 km/h, anunciou o Centro Nacional de Furacões, com sede em Miami. O centro informou que dados de um avião de reconhecimento indicavam ontem (às 17 horas de Brasília) que o furacão Rita chegou a esta categoria, já sendo considerado mais devastador que o Katrina. Horas antes, os meteorologistas tinham alertado que Rita era um ciclone "extremamente perigoso", e poderia aumentar seus ventos ainda nas águas quentes do Golfo do México, que são o combustível dos furacões.

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O furacão, que se dirige com toda sua fúria para a costa do estado do Texas, nos Estados Unidos, tem grande força de destruição e pode provocar ressacas, arrasar edifícios e casas e causar graves inundações. Diante do alerta lançado em todo o estado, especialmente nas cidades texanas de Houston e Galveston, cerca de 1 milhão de pessoas estão deixando suas casas. Nova Orleans (Louisiana), a cidade mais afetada por outro furacão, o Katrina, também está ameaçada pelo Rita.

Asilos e centros médicos foram os primeiros locais a serem esvaziados. Autoridades texanas tentam evitar tragédias como a ocorrida em Nova Orleans, onde 30 idosos foram encontrados mortos dentro de um asilo, após a passagem do Katrina.

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Galveston, situada em uma ilha costeira que fica 2,4 metros acima do nível do mar, entrou na lista dos piores desastres naturais ocorridos nos EUA, quando um furacão atingiu a cidade em 1900, matando mais de 8 mil pessoas. Já Houston, a apenas 80 quilômetros dali, está sujeita a grandes enchentes, já que fica quase dois metros abaixo do nível do mar.

Dia D

Segundo os prognósticos feitos pelos computadores do Centro Nacional de Furacões, o furacão Rita deve atingir áreas povoadas do sul dos Estados Unidos amanhã, em algum lugar do estado do Texas. O risco maior será no sábado. Sua possível trajetória inclui ainda o norte do México. O Rita está se deslocando a cerca de 22 km/h para o oeste, e deve se manter nesse ritmo até a tarde de hoje. Ontem o furacão continuou causando fortes chuvas no extremo sudeste e nas ilhas da Flórida, assim como no norte de Cuba, onde têm sido registrados fortes alagamentos. Para hoje a previsão é de chuvas intensas na península de Yucatán, no México.

Os meteorologistas advertiram que o furacão Rita poderia causar no sábado uma ressaca de quase sete metros de altura em algumas partes do litoral texano, que tem 965 quilômetros de extensão. O Texas recebeu cerca de 400 mil desabrigados que fugiram da Louisiana, onde as autoridades ordenaram a evacuação total dos poucos moradores que restavam na cidade de Nova Orleans, atingida em 29 de agosto pelo furacão Katrina.

Bush

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Na tentativa de evitar novas críticas após as censuras públicas que recebeu em relação à resposta federal ao furacão Katrina, o presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou ontem estar "pronto para o pior" enquanto o furacão Rita se aproxima do Texas. Integrantes do governo federal afirmaram que a administração de Bush acelerou os preparativos para conter os efeitos do furacão Rita quando ele passou pelo Golfo do México.

Ontem Bush fez um apelo à população da região para que atenda às ordens de retirada na Louisiana e no Texas. "Peço aos cidadãos que ouçam atentamente as instruções dadas pelas autoridades locais e estaduais e as sigam", afirmou Bush em um discurso para a Coalizão dos Judeus Republicanos. "Esperamos e rezamos para que o furacão Rita não seja uma tempestade devastadora, mas temos de estar preparados para o pior", disse.

Segundo Bush, autoridades locais, estaduais e federais trabalham de forma coordenada. Mesmo após a tragédia do Katrina, a resistência à ordem de retirada é grande. As famílias reclamam do fato de que só podem levar uma mala por pessoa.