Rivais políticos concordaram em firmar hoje um acordo defendido por nações do Golfo Pérsico para encerrar uma sangrenta crise no Iêmen, afirmou um assessor do presidente à emissora Al-Arabiya. A oposição, porém, permanece cautelosa.

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Questionado sobre se o acordo seria fechado hoje, um assessor do presidente Ali Abdullah Saleh, Ahmed al-Sufi, afirmou que "sim, será hoje". Segundo o assessor, houve um avanço "positivo" e "importante" no diálogo.

A oposição é menos assertiva. "Se a iniciativa for inalterada" em relação à versão inicial, "nós iremos assinar", afirmou o porta-voz da oposição parlamentar, Mohammed Qahtan. "Nós chegamos a um acordo na noite de ontem, mas esta manhã eles mudaram de ideia", disse Qahtan à France Presse, explicando que seus aliados "se recusam" a assinar o texto se houver mudanças. "O desacordo é sobre quem irá assinar na oposição", revelou. Porém "há um acordo sobre o cronograma" para a resolução da crise.

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O diálogo prossegue, segundo Qahtan. Ele acrescentou que a oposição se encontrará com o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Abdullatif al-Zayani, ainda hoje. Um porta-voz do CCG, Tareq al-Shami, disse ontem que Zayani discutiu com políticos iemenitas a implementação da iniciativa para encerrar a crise. "Este plano necessita de uma cronograma para ser implementado", revelou.

Zayani chegou a Sanaa no sábado, em uma tentativa de convencer os dois lados a firmar o acordo. Os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (Omã, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Catar Bahrein e Kuwait) propuseram o documento para acabar com a crise. Pelo plano, Saleh, no poder há 32 anos, deixaria a presidência em 30 dias.

Um impasse ocorreu após Saleh dizer que se recusava a assinar o texto na condição de presidente, insistindo no apoio apenas como líder do governista Congresso Geral do Povo. Saleh disse várias vezes que, pela Constituição, pretende cumprir seu atual mandato que vai até 2013.

Porém o governo dos Estados Unidos pediu na última quinta-feira que Saleh assine este acordo "agora". O plano prevê a formação de um governo de unidade nacional, com Saleh transferindo poder a seu vice-presidente, e o fim dos protestos que ocorrem no país desde o fim de janeiro. O presidente então enviaria sua renúncia ao Parlamento em 30 dias, e eleições seriam realizadas em dois meses. Em troca, Saleh e seus aliados mais graduados teriam imunidade judicial.

Pelo menos 180 pessoas morreram em confrontos durante protestos contra Saleh, iniciados no final de janeiro, segundo levantamentos de ativistas e médicos.

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