Dois antigos rivais políticos do Zimbábue, o presidente Robert Mugabe e o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai afirmaram que votaram "sim" no referendo que está sendo realizado neste sábado (16) no país sobre uma nova Constituição que limite os poderes presidenciais e que é defendida por todos os principais partidos locais.
Mugabe afirmou que votou a favor de uma constituição que mostre como o Zimbábue desenha seu próprio futuro sem interferência externa. "Ela nos dá o direito de determinar juntos de que forma nos governar", declarou. Mugabe, de 89 anos, que levou o país à independência da Inglaterra, em 1980, e repetidas vezes acusou os governos ocidentais de apoiar os esforços para tirá-lo do governo.
Tsvangirai, por sua vez, disse que o voto "sim" marca um ponto de viragem "e um dos passos históricos mais importantes" para o país do sul da África após anos de turbulência política e econômica. A mudança também abre caminho para um novo capítulo do mando da lei, acrescentou.
Eleições gerais para a presidência e o Parlamento estão previstas para perto de julho e deverão dar fim a um governo de coalizão fraco e prejudicado por disputas formado por líderes regionais depois das violentas e concorridas eleições nacionais de 2008. Não houve relatos neste sábado de violência após conflitos entre grupos jovens rivais na sexta-feira.
Autoridades informaram que os locais de votação estavam cheios nos distritos mais populosos após a abertura das urnas, às 7h no horário local (2h em Brasília). A constituição proposta reduz os poderes do presidente e inclui um série de reformas democráticas exigidas pelos mediadores regionais durante a longa crise política e econômica do país. As informações são da Associated Press.