As primeiras conversas oficiais entre Índia e Paquistão desde os atentados de 2008 em Mumbai terminaram nesta quinta-feira apenas com um acordo para "manter contato", sinalizando que as relações entre os dois vizinhos donos de arsenais nucleares continuam frias.

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Mas a reunião marca um pequeno passo para as perspectivas de estabilidade no Afeganistão, onde Índia e Paquistão tradicionalmente disputam a capacidade de influenciar.

Os principais diplomatas dos dois países se reuniram num antigo palácio principesco, num bairro fortemente vigiado de Nova Délhi.

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"Fomos para as conversas de hoje com a cabeça aberta, mas totalmente conscientes das limitações impostas pelo grande déficit de confiança entre os dois países", disse a indiana Nirupama Rao após o encontro com o paquistanês Salman Bashir. "Em conformidade com a nossa abordagem graduada e passo a passo, nossos objetivos eram modestos", acrescentou.

Os diplomatas não revelaram se haverá uma nova rodada de diálogo, embora ambos os respectivos primeiros-ministros devam ter a oportunidade de se encontrar em abril numa cúpula regional no Butão.

Rao, vestindo um sári vermelho e preto, e Bashir, de terno escuro, apertaram as mãos diante das câmeras, antes de entrarem em um salão onde conversaram.

Os dois países aparentemente não concordaram nem com a pauta do encontro. A Índia queria focar a questão do terrorismo, enquanto o Paquistão preferia discutir a disputa da Caxemira.

"Não gostamos de receber sermões a respeito da questão do terrorismo, sabemos o que isso significa", disse Bashir, acrescentando que 5.366 civis paquistaneses foram mortos em ataques de militantes desde 2008.

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"Da perspectiva do Paquistão, a questão central que tem perturbado as relações Paquistão-Índia é a questão de Jammu e Caxemira (...), e qualquer esforço para minimizar essa questão não será saudável."A Caxemira é o único Estado indiano de maioria muçulmana, e Nova Délhi acusa Islamabad de estimular uma revolta separatista que já dura 20 anos. O Paquistão diz que oferece apenas apoio moral aos rebeldes.

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