O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, e seu rival Abdullah Abdullah assinaram um acordo de compartilhamento de poder neste domingo (17), depois de oito meses de impasse político. Ambos tinham reivindicado a vitória nas eleições presidenciais de setembro de 2019 e chegaram a realizar cerimônias de posse paralelas.
"Hoje é um dia histórico para o nosso querido Afeganistão. Os afegãos provaram que estão comprometidos com seus interesses nacionais com um pensamento comum", disse Ghani durante a cerimônia de assinatura. "Nos próximos dias, esperamos que, com unidade e cooperação, possamos propiciar terreno para um cessar-fogo e uma paz duradoura", acrescentou, segundo a agência Reuters. Apesar do acordo, não ficou claro como se dará a distribuição de ministérios entre as forças políticas comandadas por Ghani e Abdullah.
Os Estados Unidos saudaram o acordo, mas o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, repreendeu os dois por levarem tanto tempo para chegar a um entendimento. As conversas de paz entre o governo afegão e o Talibã deveriam ter começado em março, mas o impasse entre os dois candidatos travou o processo.
"Reiteramos que a prioridade para os Estados Unidos continua sendo um acordo político para encerrar o conflito [a guerra do Afeganistão] e saudamos o compromisso dos dois líderes de agir imediatamente em apoio ao início rápido das negociações intra-afegãs", disse Pompeo em comunicado.
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