Robert Mugabe foi declarado, neste sábado (3), vencedor da corrida presidencial do Zimbábue. Os resultados oficiais anunciados pela Comissão Eleitoral do país mostram que Mugabe recebeu 61% dos votos contra 34% do adversário Morgan Tsvangirai. Mugabe tem 89 anos e está há 33 anos no poder.
As eleições no país aconteceram na última quarta-feira, dia 31, mas a contagem oficial dos votos foi divulgada somente neste sábado.
A apuração da Comissão Eleitoral dá a Mugabe 2.110.343 votos contra 1.172.349 conquistados pelo primeiro-ministro e líder do Movimento por Mudança Democrática (MDC).
Antes dos dados serem divulgados e após a confirmação dos resultados das eleições parlamentares - que outorgam dois terços das cadeiras parlamentares ao partido de Mugabe-, Tsvangirai pediu uma "auditoria legista" do processo eleitoral, ao considerar que foi "fraudulento".
As eleições, das quais também depende a composição do Senado e das entidades locais, foram realizaram entre quarta-feira e quinta-feira.
Acusações de fraude
Um comissário eleitoral do Zimbábue renunciou, citando dúvidas sobre a integridade dos resultados que mostram uma grande vitória para o partido ZANU-PF do presidente Robert Mugabe.
Mkhululi Nyathi disse que deixou a Comissão Eleitoral do Zimbábue de nove membros (ZEC) por conta da forma como o órgão gerenciou a eleição presidencial e parlamentar realizada na quarta-feira. Sua renúncia provavelmente vai esquentar as discussões sobre as eleições dentro e fora Zimbábue.
Líder mais antigo da África, Mugabe, 89 anos, governa a ex-colônia britânica, então conhecido como Rodésia, desde a independência em 1980.
O principal rival de Mugabe, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, denunciou a eleição de 31 de julho como uma "grande farsa", alegando fraude maciça pela ZANU-PF. O maior grupo de observadores nacionais do Zimbábue também disse que as eleições foram "seriamente comprometidas".
"Durante todo o processo retive alguma medida de esperança de que a integridade do processo pudesse ser recuperado ao longo do caminho, isso não era para ser", Nyathi disse em sua carta de demissão vista pela Reuters no sábado.
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