Entenda como funciona e quais as vantagens do robô-cirurgião Da Vinci
Ele não é Arnold Schwarzenegger em Exterminador do Futuro (bom, o 2), nem faz parte de um grupo de super-heróis como os Transformers, mas salva vidas todos os dias. E o melhor: no mundo real. O robô-cirurgião Da Vinci, do hospital Albert Einstein, em São Paulo, é a grande vedete de um simpósio internacional sobre cirurgia robótica que ocorre neste final de semana na capital paulista.
Delicado e preciso, ele faz jus ao nome que leva. Da Vinci é o sistema robótico cirúrgico mais moderno disponível no Brasil. Sentado em uma mesa de controle, o médico opera os braços mecânicos do robô como um videogame. Na mesa de operações, o Da Vinci responde às ordens obedientemente.
"Ele é usado para todas as cirurgias que a gente pode fazer por via laparoscópica e mais algumas feitas pelo acesso aberto, convencional. É o caso das cirurgias de cabeça e pescoço, por exemplo", explicou ao G1 o urologista José Roberto Colombo, que utiliza o robô nas operações de retirada de próstata em pacientes com câncer.
As vantagens são grandes, porque os instrumentos do Da Vinci são articulados ao contrário dos usados em uma operação laparoscópica convencional. Eles também podem girar 360º, o que permite a realização de movimentos que o punho humano não consegue fazer.
Além disso, o sistema também traz um filtro de tremor. "Todo ser humano tem um tremor das extremidades que é normal. Quando a cirurgia se prolonga por um tempo acima de quatro, cinco horas, normalmente o cirurgião começa a tremer um pouquinho", conta Colombo. O filtro impede que o leve tremor das mãos do médico seja transmitido ao Da Vinci.
O resultado é uma recuperação mais rápida e tranqüila do paciente. "O sangramento é menor. No pós-operatório, ele sente menos dor, porque não há necessidade de fazer grandes incisões", conta o médico. "O paciente fica internado menos tempo e a recuperação é mais rápida, diminuindo as chances de problemas, como sangramentos e infecções."
Colombo também tranqüiliza quem tem medo da idéia de um robô fazer uma cirurgia. "O sistema do Da Vinci é um que a gente chama de mestre e escravo. Ou seja, o robô só reproduz os movimentos que o cirurgião está fazendo. O cirurgião é que está operando, é ele quem toma todas as decisões", garante o especialista.
Apesar de ser novidade no Brasil, a cirurgia robótica já é largamente utilizada nos Estados Unidos e na Europa. Com o simpósio, o hospital pretende divulgar conhecimentos sobre o assunto para que a técnica se popularize no país. "No Brasil, só agora que a gente está tendo a oportunidade de usar isso para beneficiar nossos pacientes. Esperamos uma tendência de crescimento rápido", diz Colombo.
Entre os dias 24 e 26 de outubro, médicos brasileiros e estrangeiros vão conferir as novidades da área.