Cirurgia foi controlada com ajuda de computadores| Foto: Universidade de Leicester/Divulgação

Médicos de um hospital britânico realizaram a primeira cirurgia para a correção de batimentos cardíacos usando um robô operado por controle remoto, prenunciando uma era em que os pacientes serão tratados por médicos em outras cidades ou mesmo países.

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Andre Ng, que realizou a cirurgia na quarta-feira estando fora do centro cirúrgico, disse à Reuters que tudo correu bem e que a arritmia do paciente britânico, de 70 anos, voltou ao normal em uma hora.

"Superou nossas expectativas e conseguimos aquilo a que nos dispusemos em um ótimo tempo", disse Ng, consultor de cardiologia e eletrofisiologia do Hospital Glenfield, em Leicester.

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A cirurgia robótica vem se tornando comum em países ricos, e pode ser usada em pacientes com câncer ginecológico, renal e de bexiga, e com doenças arteriais e coronarianas.

Ng disse ter sido o primeiro médico do mundo a realizar esse tipo de cirurgia por controle remoto num paciente humano usando o chamado Sistema Remoto de Manipulação por Cateter, desenvolvido pela empresa norte-americana Catheter Robotics.

O procedimento feito por Ng envolvia a introdução de cateteres em vasos sanguíneos na virilha, que então eram guiados até as cavidades cardíacas.

Eletrodos nos cateteres gravam e estimulam diferentes regiões do coração, para ajudar o médico a identificar a causa da arritmia, que normalmente é provocada por um problema no "sistema elétrico" do coração.

Com a área identificada, um dos cateteres é colocado no lugar certo para cauterizar (queimar) o tecido, curando o problema. A cauterização por cateter tem sido feita há duas décadas nesses casos.

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Apesar de ter ficado fora do centro cirúrgico, Ng disse que sentiu "completo controle" e que podia ver e conversar com outros profissionais que estavam junto ao paciente.

A principal vantagem do método é que o cirurgião não precisa usar os pesados coletes de chumbo exigidos em centros cirúrgicos, por causa dos raios-X que revelam o que acontece dentro do paciente.

Em operações longas e complexas, o peso adicional contribui para deixar o médico mais cansado e, portanto, menos concentrado.

"Como eu estava sentado, num ambiente relaxado e controlado, e sem ter de vestir um pesado colete de chumbo, foi na verdade uma experiência agradável", disse Ng.

"Acho que certamente seria possível no futuro fazer isso a partir de outra cidade, ou mais longe. Só é preciso ter uma conexão confiável entre o seu controlador remoto, onde o operador está, e o braço robótico, onde o paciente está. Se houver uma conexão suficientemente confiável, dá para fazer isso de qualquer lugar do mundo."

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