Dois robôs enviados para explorar o interior dos reatores nucleares da usina Daiichi, em Fukushima, no Japão, retornaram com notícias desanimadoras: os níveis de radiação são muito altos para que equipes de reparo possam adentrar esses locais.
Apesar disso, autoridades ainda mantêm as expectativas de seguir o "roteiro" de limpeza do vazamento de radiação e estabilização da usina Daiichi até o fim do ano, para que possam iniciar o retorno de dezenas de milhares de pessoas que tiveram de deixar suas casas.
"Eu mesmo havia esperado alta radioatividade nessas áreas. Tenho certeza que a operadora Tokyo Electric Power (Tepco) e seus especialistas consideraram esses dados quando aderiram ao roteiro", disse o porta-voz do governo japonês, Yukio Edano.
Autoridades anunciaram pela primeira vez nesta segunda-feira que as varetas de combustível do reator 2 foram danificadas e água contaminada foi encontrada em outras áreas da usina, revelando uma crescente lista de desafios enfrentados pela Tepco na limpeza da contaminação do local. Elas descreveram mais detalhadamente os danos sofridos pelo combustível em três reatores, afirmando que as pastilhas derreteram.
Irritados com a demora das ações para lidar com a crise nuclear, legisladores criticaram o primeiro-ministro Naoto Kan. "O senhor deveria curvar sua cabeça em desculpas. O senhor claramente não tem qualquer liderança", disse aos gritos Masashi Waki, legislador do partido Liberal Democrático, de oposição.
"Eu peço sinceras desculpas por o que está acontecendo", disse Kan, destacando que o governo tem feito tudo que pode para cuidar do desastre, que não tem precedentes. As informações são da Associated Press.
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