Rohani pede ao Ocidente não perder "oportunidade excepcional" em Genebra

O presidente do Irã, Hassan Rohani, pediu ao grupo 5+1 não perder a "oportunidade única" de alcançar um acordo sobre a questão nuclear com a República Islâmica, informou neste sábado a agência nacional iraniana "Irna".

Durante seu encontro com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, de visita oficial no país, Rohani pediu às seis potências ocidentais na mesa de negociação (os cinco membros do Conselho Permanente de Segurança da ONU e Alemanha) fechar um pacto nas negociações que estão sendo realizadas há três dias em Genebra.

"Espero que as partes que estão negociando com o Irã utilizem esta oportunidade excepcional que o Irã ofereceu ao Ocidente e à comunidade internacional para alcançar um resultado positivo dentro de um marco lógico", declarou o presidente iraniano, citado pela rede de televisão "Press TV".

Segundo Rohani, o Ocidente deve perceber que "o clima atual é uma exceção criada pelo povo iraniano nas eleições de 14 de junho", na qual os iranianos optaram por elegê-lo diante da possibilidade de uma "interação construtiva" com o mundo.

Rohani também assegurou que o Irã vai demonstrar ao mundo que suas atividades nucleares são pacíficas e, inclusive, pôr as instalações nucleares sob a supervisão da AIEA, a agência da ONU para temas nucleares.

"Achamos que resolver os assuntos nucleares ajudarão a restaurar a estabilidade e a tranquilidade na região", assinalou o presidente.

Por sua parte, o chefe da diplomacia japonesa também manifestou sua esperança que "os esforços (realizados em Genebra) deem frutos muito em breve".

Após três dias de intensas negociações junto aos ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e EUA, as expectativas sobre a possibilidade de alcançar um acordo ainda hoje se diluíram.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, que lidera a equipe negociadora, declarou em Genebra que "há poucas possibilidades" do acordo ser assinado hoje, embora tenha indicado que as conversas poderiam ser retomadas daqui a duas semanas.