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Bucareste (Reuters) – Autoridades da Romênia mataram aves e escalaram médicos ontem, depois da confirmação da forma letal da gripe aviária no delta do Danúbio, enquanto outros países da Europa se preparam para uma possível pandemia.

Testes de laboratório britânico mostraram no sábado que a forma H5N1 da doença chegou à Europa pela primeira vez, identificada em três patos encontrados mortos na aldeia romena de Ceamurlia de Jos. Especialistas temem que o vírus, que matou mais de 60 pessoas e milhões de aves na Ásia desde 2003, sofra uma mutação e se dissemine entre humanos, criando uma pandemia que pode matar milhões de pessoas.

O ministro da Agricultura romeno, Gheorghe Flutur, disse que o surto ficou limitado a Ceamurlia e a Maliuc, a 40 quilômetros ao norte. Todas as 18 mil aves domésticas em Ceamurlia foram mortas e o sacrifício nas cerca de 3 mil de Maliuc está sendo realizado. "Em um raio de 10 quilômetros ao redor de Ceamurlia de Jos, os testes (para gripe aviária) foram negativos", disse Flutur a repórteres.

Mas autoridades intensificaram as precauções de saúde pública, mesmo sem registros até agora de casos de gripe aviária em humanos na Romênia e na Turquia, onde o vírus foi encontrado em aves domésticas na semana passada. "Mandamos mais médicos para áreas contaminadas, e eles vão de casa em casa para ver quantas pessoas enfrentam risco de serem contaminadas pelo vírus", disse o ministro da Saúde, Eugen Nicolaescu, em entrevista coletiva.

O delta do Danúbio, maior pântano da Europa, perto do mar Negro, é uma grande estação de aves migratórias vindas da Rússia, Escandinávia, Polônia e Alemanha, em direção ao clima mais quente do Norte da África. Apesar das garantias romenas, o médico chefe do governo britânico, Liam Donaldson, disse ontem que o país se preparou para uma pandemia de gripe aviária que pode resultar em pelo menos 50 mil mortos no país.

Donaldson afirmou haver indicações de que é possível que o vírus da gripe aviária se combine com um vírus de gripe humana e se torne facilmente transmissível. "A cada 10 a 40 anos, o vírus sofre mutação para uma cepa contra a qual não possuímos imunidade natural", disse ele, acrescentando que uma gripe comum de inverno mata mais de 12 mil pessoas na Grã-Bretanha. "Se tivermos uma pandemia de gripe aviária o problema será se as vacinas existentes não funcionarem. Nesse caso, precisaríamos de uma nova vacina", declarou.

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