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Os romenos votam para presidente neste domingo (6) numa eleição que pode substituir Traian Basescu, que ficou famoso por combater a corrupção, por um esquerdista que diz ser capaz de acabar com uma crise política que está colocando em risco um resgate financeiro liderado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O candidato da esquerda Mircea Geoana estava à frente de Basescu, conforme pesquisa de boca-de-urna.

De acordo com pesquisa da Curs para a TV pública TVR, Geoana tinha 50,8 por cento dos votos, contra 49,2 por cento de Basescu, duas horas antes do encerramento do horário da votação neste domingo. A margem de erro é de 1 ponto percentual.

As pesquisas de opinião feitas ao longo da semana mostraram Geoana com oito pontos de vantagem. O candidato ganhou apoio de eleitores frustrados por disputas no parlamento sobre a tentativa de Basescu de retirar políticos corruptos do poder.

Analistas dizem que o voto é um dos mais importantes da Romênia desde a queda do comunismo, já que o novo presidente deve liderar reformas há muito adiadas que podem decidir se o país de 22 milhões de habitantes pode voltar à sua tentativa de alcançar economicamente seus vizinhos ocidentais.

O presidente eleito também terá de nomear um primeiro-ministro depois que partidos de oposição derrubaram o ministério centrista de Basescu em Outubro. E ainda terá de realizar reformas exigidas pelo FMI para receber um pacote de apoio econômico de 20 bilhões de euros (30,15 bilhões de dólares).

Basescu, 58, já disse que as exigências do FMI, inclusive 150 mil demissões no setor público, são peça-chave para que o país recém-chegado à União Europeia possa se recuperar de uma contração econômica de 8 por cento neste ano.

Ele também disse que o ex-partido comunista de Geoana, hoje conhecido como social-democrata, vai ignorar a corrupção que tem assombrado a Romênia desde que Nicolae Ceausescu, que liderou um dos mais violentos regimes da era soviética, foi deposto e executado há 20 anos.

Mas muitos romenos estão cansados do estilo belicoso de Basescu.

"Desta vez, voto em qualquer um menos Basescu... Olhe o estado em que o país está," disse Dorel Popa, um taxista de 61 anos.

A Romênia é o segundo país mais pobre da União Europeia, depois da Bulgária. Sua economia dobrou de tamanho de 2004 a 2008, mas a expansão acabou no ano passado. O poder aquisitivo per capita estagnou em 46 por cento da média da União Europeia, e cerca de 2 milhões de romenos saíram do país para ir trabalhar em lugares como Espanha e Itália.

Basescu sofreu um revés em sua candidatura na semana passada, quando uma televisão local mostrou imagens do presidente batendo no rosto de uma criança num comício em 2004. Ele diz que as imagens são falsas.

Geoana, enquanto isso, tropeçou num debate televisivo quando revelou que havia ido à casa de um magnata da televisão para uma reunião na quarta-feira. Basescu disse que Geoana estava sob o comando das oligarquias que roubaram o poder político e econômico no período que se seguiu à queda de Ceausescu.

Geoana, 51, já foi ministro das Relações Exteriores e enviado a Washington. Ele acusa Basescu pela crise política e disse que resistirá às medidas de austeridade fiscal exigidas pelo FMI e que causaram uma greve de 800 mil funcionários públicos em outubro.

"Espero que tenhamos a sabedoria de escolher a união, a estabilidade e a esperança de um novo começo", disse Geoana depois de votar.

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