Após anos sendo visto com desconfiança, o republicano Mitt Romney está lentamente convencendo o relutante eleitorado conservador a se unir ao seu redor para a eleição presidencial de 6 de novembro nos Estados Unidos.
Misturando ataques públicos contra a atuação econômica do presidente Barack Obama e discretas abordagens a grupos conservadores, o ex-governador de Massachusetts está agora colhendo os frutos de sua estratégia para reforçar seu flanco direito.
O presidente da Câmara dos Deputados, o conservador John Boehner, expressou nesta terça-feira (17) seu apoio a Romney como o candidato capaz de "colocar os norte-americanos no trabalho outra vez".
E uma nova pesquisa Washington Post-ABC News apontou um crescente apoio a Romney depois que o pré-candidato favorito dos conservadores, Rick Santorum, desistiu da disputa na semana passada.
A pesquisa mostrou que Romney é agora visto de forma favorável por 69% dos republicanos, incluindo 80% dos conservadores.
Romney tradicionalmente foi visto como moderado demais. Para reverter isso, ele tem buscado contato com grupos conservadores - um exemplo disso é o envio de um representante às reuniões promovidas semanalmente em Washington por Grover Norquist, líder do grupo Americanos pela Reforma Tributária.
"Acho que eles têm feito um bom trabalho", disse Norquist sobre os esforços de Romney. "(Os conservadores) vão se aglutinar, mas acho que provavelmente é inteligente da parte deles fazer o que eles parecem estar fazendo, que é abordar e perguntar. As pessoas gostam de serem perguntadas."
Outro grupo conservador, a Associação Nacional do Casamento, expressou na semana passada seu apoio a Romney.
Mas outros líderes conservadores importantes ainda não se manifestaram, como o próprio Santorum, que relutantemente desistiu da campanha para não correr o risco de ser derrotado nas eleições primárias da Pensilvânia, seu Estado.
Sarah Palin, ex-governadora do Alasca, não expressou apoio a Romney. E Richard Viguerie, presidente da entidade ConservativeHQ.com, diz que seu grupo tem profundas dúvidas sobre as raízes moderadas de Romney, expressas, por exemplo, no fato de ele ter criado em Massachusetts um programa de saúde pública que seria depois copiado por Obama, e que os conservadores detestam.
"Não há razão para confiarmos em Romney a esta altura", disse Viguerie. "O próximo passo cabe a ele. Ele não tem um morro, mas uma montanha a escalar".
Ele sugeriu que Romney indique um conservador confiável como vice, como o governador Bobby Jindal, da Louisiana, ou o senador Marco Rubio, da Flórida.