O pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, busca avançar nas preferências do eleitorado do sul do país, uma região que já foi dura com ele e poderá de novo lhe dar as costas em breve.
O ex-governador de Massachusetts que participou ontem de um comício em Jackson, no Mississippi é reconhecidamente o azarão em Mississippi e no Alabama, dois estados do sul onde os republicanos votarão em primárias na terça-feira para decidir qual candidato deve disputar com o presidente democrata Barack Obama na eleição de 6 de novembro.
Até agora, Romney tem sido incapaz de avançar no coração do conservadorismo republicano. Apesar de um esforço enorme, ele foi vencido por Newt Gingrich na Carolina do Sul em janeiro e ficou em segundo na superterça, depois de Gingrich, na Georgia. Para completar o fracasso, perdeu no Tennessee para o rival Rick Santorum.
Nos estados do sul, ele venceu apenas na Virginia, onde o congressista do Texas Ron Paul era o único candidato além dele na cédula, e na Flórida, onde sua campanha gastou mais que os rivais em propaganda.
"Entendo que seja um pouco como um joga for a de casa", disse Romney à rádio Wapi, de Birmingham, na quinta-feira, referindo-se às suas chances no sul.
Os problemas de Romney no Sul refletem a desconfiança com relação à profundidade de seus pontos de vista conservadores. Como ex-governador de um estado com grande peso democrata, ele é visto mais como moderado.
A religião do ex-governador, mórmon, também é vista como uma questão no chamado "Cinturão da Bíblia".
"Acho que a religião não deve interferir na política de hoje, mas ela interfere", diz Cheryl Patton, que compareceu ao evento de Romney em Jackson e afirma gostar da experiência empresarial de Romney e de seus valores com relação à família.
Bob Hardin, que também compareceu ao evento de Jackson, acha que Romney é o melhor republicano para assumir a luta contra Obama, mas acredita que a grande riqueza dele também poderá ser um problema.
"Infelizmente, ele leva consigo a bagagem do sucesso", que não pega bem para grande parte da população hoje em dia. Como capitalista do livre mercado, não acho que deveria, mas isso acontece", observa.
Romney lidera a corrida republicana com mais que a soma de delegados de seus concorrentes.