A campanha do pré-candidato presidencial Mitt Romney voltou na segunda-feira suas baterias na direção do rival Rick Santorum, tentando conter o crescimento dele em dois dos três estados que participam nesta semana do processo de escolha do candidato do Partido Republicano à Casa Branca.
Depois da vitória de sábado no estado de Nevada, Romney espera consolidar seu favoritismo nas eleições primárias e caucus (assembléias eleitorais) do Colorado, Minnesota e Missouri, nesta terça-feira.
As atenções da campanha de Romney estavam antes voltadas para o ex-deputado Newt Gingrich, que, no entanto, não é uma ameaça nas disputas desta semana.
Santorum venceu Romney no caucus do estado de Iowa, que abriu a disputa, para em seguida perder fôlego. Mas as pesquisas mostram que ele lidera em Minnesota e estava em segundo no Colorado, atrás de Romney. O ex-senador disputa com Gingrich a parcela mais conservadora do eleitorado, que vê Romney com desconfiança.
Santorum tem boas chances também no Missouri, onde a vitória seria apenas simbólica - lá, uma alteração no calendário fará com que os delegados só sejam escolhidos em meados de março, numa segunda etapa do processo.
"Vitórias de Santorum em Minnesota e Missouri deixariam claro que ele é uma alternativa mais viável a Romney do que Gingrich, e lhe dariam muito mais impulso para a estrada que está pela frente", disse o presidente do instituto Pesquisas de Política Pública, Dean Debman.
Salientando seu favoritismo sobre Gingrich, Santorum aparecia em segundo lugar na bolsa de previsões Intrade, mas Romney é o franco favorito para receber a indicação partidária, com 86,7 por cento de chance, segundo o Intrade.
O ex-governador de Minnesota Tim Pawlenty, copresidente da campanha de Romney, criticou o histórico de Santorum no Congresso e questionou suas credenciais conservadoras.
"Ele se apresenta dizendo ser o 'verdadeiro conservador', ele se apresenta como o conservador perfeito ou quase perfeito, quando na verdade esse não é o seu histórico", afirmou Pawlenty a jornalistas.
"Precisamos de um próximo presidente que seja forte e testado em questões fiscais e de gastos", acrescentou o político, lembrando que no Congresso Santorum votou em várias ocasiões a favor de elevar o teto de endividamento do governo. "Ele claramente é parte do 'establishment' do grande gasto no Congresso e da indústria do tráfico de influência que cerca o Congresso."
A campanha de Santorum reagiu a esse e outros ataques recentes dizendo que Romney, ex-governador de Massachusetts, deveria enfatizar seu histórico e suas ideias para o futuro, ao invés de atacar os adversários.
"Mas o governador Romney faz o que sempre faz, e dirige sua bem financiada máquina de ataques para destruir o oponente", disse o porta-voz de Santorum, Hogan Gidley. "O show de Mitt Romney está surrado, velho e se desgastando junto aos eleitores (...). Romney nunca alardeia o próprio histórico, porque ele é abismal."
Segundo Gidley, a "campanha de ataques e calúnias" de Romney é apenas uma forma de evitar seu "histórico liberal".
O vencedor da disputa republicana nos Estados enfrentará o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, na eleição geral de 6 de novembro. As pesquisas mostram que Obama é favorito à reeleição, mas que Romney seria o republicano com maiores chances de vencê-lo.
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