Líder republicano se apresenta como único capaz de vencer Obama
Logo após as vitórias no Michigan e no Arizona, Mitt Romney voltou suas críticas para o presidente Barack Obama, evitando mais desgaste com seus concorrentes. O ex-governador assegurou ser o único capaz de fazer frente às políticas de Obama devido a seu currículo político e seu passado como empresário, que considerou vital para liderar o renascimento econômico dos Estados Unidos.
O pré-candidato disse que a partir de agora seu lema será "mais postos de trabalho, um governo menor e menos dívida", com o que quis resumir suas propostas de diminuir o poder do Estado e promover novas medidas para estimular a economia e reduzir o déficit.
Em seu discurso de vitória, Romney propôs menos impostos para as empresas e um freio a propostas de Obama como a reforma sanitária e sua política energética, para poder reduzir o déficit e diminuir o preço da gasolina.
O líder da disputa entre republicanos também atacou as projeções feitas antes das primárias do Michigan e do Arizona, que davam a ele poucas chances. "Há uma semana, os entendidos e os especialistas em pesquisas estavam prontos para nos colocar fora do páreo. Não vencemos por muito, mas vencemos com o suficiente. Isso é o que conta", afirmou.
A dupla vitória de Mitt Romney em Michigan e no Arizona deixa mais dúvidas que certezas: se, por um lado, o ex-governador de Massachusetts avança para disputar a Casa Branca, por outro, fica óbvia sua dificuldade em empolgar a base do Partido Republicano.
Com 6 vitórias em 10 prévias, ele soma 144 "delegados" votantes na convenção que define o candidato, distribuídos conforme os resultados estaduais. Para vencer, são precisos 1.144, porém, a margem dele sobre Rick Santorum é hoje de 97 votos.
Os números, por si só, consolidariam Romney como favorito. Mas, passados dois meses de prévias, o eleitorado ainda se mostra indeciso.
Romney voltou a superar o ex-senador Santorum na média de pesquisas do site Real Clear Politics, mas só por 1,7 ponto. Nos dois estados com maior peso entre os 11 que votam na "superterça", semana que vem, fica atrás.
Perde por 12,5 pontos do ex-presidente da Câmara Newt Gingrich na Geórgia, que entrega 76 delegados proporcionalmente; e por 8,3 pontos de Santorum em Ohio estado que dá 66 votantes ao vencedor e costuma ajudar a selar a eleição de fato.
Romney pôs suas fichas em Ohio e já está no estado. Analistas esperam a campanha local mais custosa, com milhões gastos em comerciais.
A opção deixa aberto o flanco no Tennessee, estado mais conservador, com 58 delegados, e onde Santorum investe pesado.
A julgar pela vitória pífia no Michigan, onde nasceu, a "superterça" será dura para Romney. A boca de urna expôs sua dificuldade com o eleitor de até 45 anos, o religioso, o rural, o operariado, o de renda familiar de até US$ 100 mil (R$ 170 mil) ao ano e o menos escolarizado. Em vários dos estados que votam, esses perfis são dominantes.
É verdade que, no Arizona, Romney só perdeu entre os ultraconservadores, mas os demais mal investiram ali.
Sem uma vitória em um estado competitivo, o eleitor pode recuar, com dúvida sobre sua capacidade de motivar.
Na "super terça-feira", estarão em jogo dez estados e 437 delegados, um número vital para conhecer quem chega com mais chances à convenção republicana de agosto em Tampa (Flórida), onde será definido o candidato oficial do partido nas eleições presidenciais de novembro.
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