"O grito", obra-prima do mestre do expressionismo Edvard Munch, foi roubado em no dia 22 de agosto de 2004 e, até agora, não foi recuperado. A ação dos dois homens armados e encapuzados aconteceu à luz do dia, no Museu Munch, em Oslo, na Noruega, e foi semelhante à ocorrida no Museu da Chácara do Céu: os ladrões ameaçaram os cerca de 30 visitantes e funcionários do museu norueguês que testemunharam o crime. Em seguida, fugiram num carro dirigido por uma terceira pessoa, levando "O grito" e "Madonna".
As obras de Munch, do século XIX, estão avaliadas em US$ 19 milhões. Até agora, as autoridades norueguesas não conseguiram achar "O grito". Três prisões foram efetuadas e outras obras do pintor recuperadas, mas a conexão entre ações criminosas anteriores e a que resultou no desaparecimento de "O grito" ainda não foi estabelecida pela polícia. Na época do roubo, especialistas acreditavam que os ladrões pediriam um resgate para devolver os quadros, pois teriam dificuldade para vendê-los.
Outra versão de "O grito" foi roubada na Noruega em 1994 e recuperada, intacta, três meses depois.
De acordo com o diretor o O diretor do Departamento de Museus do Ministério da Cultura, José do Nascimento Jr., a ação do bando que invadiu o Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, não foi facilitada por uma suposta falta de segurança no local.
- Havia seguranças armados e circuito interno de TV. Mas, quando a ameaça é feita com uma granada, os bandidos poderiam até invadir um banco - disse.
Segundo Nascimento Jr., além da ação da Polícia Federal, é importante divulgar as imagens dos quadros, o que dificulta a revenda. Ele informou ainda que, ao contrário da legislação de países europeus, que prevê a prescrição de crimes como o roubo de quadros, a lei brasileira não isenta, depois de um tempo, os ladrões.
- Fora do Brasil, muitas vezes é possível esperar a prescrição para, depois, vender a obra - disse, ao comentar o roubo do quadro de Munch. - No Brasil, isso não acontece.
Ainda sobre a segurança nos museus, Nascimento Jr. afirmou que parte dos cerca de R$ 95 milhões investidos em 2005 no setor foi destinada ao aparelhamento das instituições.
- O edital do BNDES, por exemplo, foi destinado a compra de acervo e segurança.