O presidente iraniano, Hassan Rouhani, sugeriu nesta segunda-feira (30) que autoridades de aviação estudem a possibilidade de retomar voos diretos entre os Estados Unidos e o Irã, em mais um movimento de aproximação em relação aos americanos. Mais de 1 milhão de iranianos vivem nos EUA e não contam com voos diretos para seu país de origem desde 1979, ano da Revolução Islâmica no Irã.
Citado pela agência estatal ISNA, Akbar Torkan, alto funcionário de Teerã, disse que Rouhani queria estudar a opção de viagens diretas para o território americano, mas não informou uma previsão e nem como o governo do novo presidente deve negociar a abertura dos voos.
A iniciativa de Rouhani é mais uma das ações de aproximação do presidente recém-empossado com o Ocidente. Tal posição, tão oposta ao que era defendido por seu antecessor Mahmoud Amadinejad, tem causado surpresa e desconfiança entre líderes dos EUA e aliados.
Preocupado com o que classificou como "ofensiva de sorrisos" do Irã, o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, acusou no domingo (29) o Irã de estar levantando uma cortina de fumaça para proteger seu programa nuclear e enganar os americanos.
"Vou dizer a verdade diante de toda essa conversa doce e ofensiva de sorrisos. Dizer a verdade hoje é vital para a segurança e a paz do mundo e, claro, do Estado de Israel", afirmou o premier israelense, antes de partir para os EUA para discursar no último dia da 68ª Assembleia Geral da ONU.
Segundo Netanyahu, a Inteligência israelense reuniu material suficiente para mostrar que o comportamento do regime iraniano em relação a seu programa nuclear não mudou. Em seu discurso no ano passado diante da Assembleia Geral da ONU, Netanyahu exibiu o desenho de uma bomba e afirmou que o Irã estava prestes a ter a arma, algo que poderia ocorrer em alguns meses ou em um ano, assegurou na ocasião.
Em sua ofensiva diplomática, Rouhani já trocou cartas com Barack Obama e chegou a dizer que o chefe de Estado dos EUA é diferente de todos os outros líderes que os americanos já tiveram. Para amenizar críticas da comunidade internacional em relação aos direitos humanos, o governo do novo presidente iraniano libertou 11 presos políticos ainda este mês.