A candidata socialista ao Palácio do Eliseu Ségolène Royal propôs nesta segunda-feira um "diálogo aberto e público" ao centrista François Bayrou sobre "valores" e "idéias" para buscar "convergências" com vistas ao segundo turno das eleições presidenciais do dia 6 de maio.
A candidata disse que deixou essa mensagem no telefone celular de Bayrou e que espera "uma resposta".
Royal fez esta oferta de "mão estendida" ao presidente da União pela Democracia Francesa (UDF) antes de tomar a palavra em um comício em Valence (sudeste), o primeiro de sua campanha eleitoral para o segundo turno das presidenciais que disputará com o conservador Nicolas Sarkozy.
Bayrou recebeu em torno de 6,8 milhões de votos, o que lhe consagra como o "terceiro homem" desta campanha e lhe situa como árbitro do duelo entre Sarkozy e Royal.
"Cada um deve assumir suas responsabilidades para saber que França queremos construir. Eu assumo a minha e me declaro disponível para falar do futuro da França com aqueles que durante toda a campanha desejaram a mudança e a renovação política", disse Royal.
Acrescentou que deseja estabelecer com Bayrou um debate "aberto", "público, na total clareza e transparência e diante de todo mundo" para abordar "idéias para construir convergências em torno de uma vontade de renovação sem idéias pré-concebidas nem a priori".
"A França tem muito o que ganhar com a abertura de idéias para sair dos bloqueios de um sistema superado", declarou Royal.
Por isso propõe a Bayrou "um diálogo público sobre a base do pacto presidencial", seu programa de cem medidas para reformar a França "profundamente, mas sem brutalidade nem desprezo".
"Por enquanto, não se trata de uma aliança", disse a candidata socialista.
Bayrou deve se pronunciar na quarta-feira sobre uma eventual aliança, mas já advertiu que não cairá na "velha guerra de dois campos" políticos.
Segundo uma pesquisa da Ipfos publicada hoje, 54% dos eleitores de Bayrou no primeiro turno se dispõem a dar seu respaldo a Sarkozy no segundo, enquanto 46% restantes elegeriam Royal como presidente.