O parlamento de Ruanda aprovou na sexta-feira a abolição da pena de morte, iniciativa que pode abrir espaço para que suspeitos de envolvimento no genocídio de 1994 possam ser extraditados de volta ao país.

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Ruanda diz que muitos dos suspeitos remanescentes acusados de participação na matança de 800.000 tutsis e hutus moderados estão em sua maioria na Europa, América do Norte e África Ocidental.

Muitos países se recusam a extraditar criminosos para países que praticam a pena capital ou a tortura.

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Quarenta e cinco legisladores votaram pelo fim da pena de morte e sua substituição por prisão perpétua, e cinco se abstiveram. Os outros 30 membros da assembléia estavam ausentes.

Sobreviventes do genocídio aprovaram a decisão, destacando que a pena de morte já era prevista na legislação do país antes de 1994.

"Ela não impediu as pessoas de pegar em facões e massacrar seus pares -por isso não estamos incomodados com o seu fim", afirmou Theodore Simburudali, presidente do grupo Ibuka de sobreviventes do genocídio.

A nova legislação também poderá encorajar a transferência de suspeitos de crimes de guerra detidos no Tribunal Criminal Internacional para Ruanda, na cidade de Arusha, na Tanzânia.

Frustrados com a lentidão dos procedimentos do tribunal, Ruanda quer que os suspeitos sejam transferidos para enfrentar julgamento em casa. O tribunal tem um grande acúmulo de processos, mas deve encerrar suas atividades em 2008.

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