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Entrevista

Ruayda Rabah, natural de Toledo, no Paraná, que mora na Cisjordânia

Como é a vida na Cisjordânia neste momento?

Meus filhos (de 8 e 5 anos) estudam perto de Ramallah, a capital. A cada momento que escuto que o Exército entrou e atacou a cidade fico apavorada. Começo a ligar para a escola, para o ônibus que leva as crianças. Das 12h30 até as 1h30 fico pendurada no telefone. "Onde vocês chegaram, como está o caminho? O Exército não chegou aí?" A guerra psicológica é pior do que a morte.

Como funciona o bloqueio israelense?

Toda a Palestina sofre com a repressão do governo israelense. Há 160 postos de controle do Exército, onde somos revistados, humilhados, ficamos meia hora debaixo do sol com crianças.

E o bloqueio comercial?

Não encontramos praticamente nenhuma fruta da época porque nossa agricultura foi destruída. Agora é inverno e deveríamos ter laranjas, mas temos que comprar as de Israel. Custam três vezes mais que as nossas. Prefiro não comprar.

Como é a convivência com os colonos judeus?

Tem um assentamento bem em frente da minha casa. Eles são os piores, porque pregam a varredura do povo palestino. Existe um ditado árabe que diz: "Estamos na nossa casa e quem tem direito a ela são estranhos". Mas existem também israelenses que não se consideram israelenses e estão contra o Estado, se recusam a morar em Israel.

Seu marido viaja a trabalho tranquilamente?

Ele sai da Jordânia com passaporte palestino e depois usa o brasileiro porque existem certas discriminações.Eles dificultam.

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