O secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, disse nesta segunda-feira que os EUA devem continuar reduzindo seu contingente militar no Iraque e que o sucesso naquele país é a chave para conter o vizinho Irã. Rumsfeld disse que a formação do governo iraquiano, anunciada nesta semana, é "um feito excitante", mas que é razoável supor que a insurgência tentará evitar que isso se concretize.
O líder xiita Jawad Al Maliki foi convidado no sábado pelo Parlamento a formar o primeiro governo pleno no Iraque desde a queda do regime de Saddam Hussein, em 2003. Ele terá um mês para formar um gabinete que compartilhe o poder entre xiitas, curdos e árabes sunitas.
Os EUA têm 133 mil soldados no Iraque, segundo o Pentágono, 27 mil a menos do que em dezembro, quando ocorreram eleições parlamentares.
Numa sociedade já dividida por questões étnicas e religiosas, a violência explodiu no Iraque depois do atentado de fevereiro contra uma importante mesquita xiita de Samarra, que despertou temores de uma guerra civil.
Rumsfeld disse que o Pentágono pretende levar adiante seus planos de reduzir a presença militar dos EUA no Iraque, mas não deu cifras nem prazos específicos. Ele afirmou que qualquer decisão dependerá das condições de segurança no terreno.
- Conforme pudermos transmitir mais responsabilidades (às forças iraquianas, treinadas pelos EUA), deve-se pensar que poderíamos continuar reduzindo nossas forças - afirmou Rumsfeld ao canal de TV do Pentágono.
O general George Casey, comandante das forças americanas no Iraque, previu no ano passado uma redução "bastante substancial" das tropas dos EUA até meados de 2006, caso o processo político iraquiano e o treinamento das forças locais progredissem bem.
Rumsfeld vinculou o sucesso no Iraque à contenção do Irã, país acusado por Washington de desenvolver armas nucleares.
- Acho que precisamos colocar o Iraque e o Afeganistão nesse contexto, de modo que aqueles no nosso país que estão profundamente preocupados com o Irã, o que é compreensível, reconheçam que o sucesso no Afeganistão e o sucesso no Iraque são essenciais para conter os impulsos extremos que vimos emanar do Irã - afirmou o secretário.
As pesquisas mostram queda na aprovação popular à guerra do Iraque, iniciada há três anos, o que contribui para a redução na popularidade do presidente George W. Bush.