O secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, disse na terça-feira, animado por mais uma demonstração de apreço do presidente George W. Bush, que ninguém é indispensável, mas que ele não pensa em deixar o cargo diante das críticas de alguns generais da reserva.
Rumsfeld, sempre um pára-raios de críticas nestes três anos de guerra do Iraque, enfrenta nas últimas semanas uma saraivada de apelos de ex-generais por sua demissão.
Seis deles, inclusive dois que até recentemente comandavam divisões do Exército no Iraque e um que foi responsável pelo treinamento das forças iraquianas, exigiram a queda de Rumsfeld, dizendo que ele ignora conselhos de militares e comanda pela intimidação.
- O presidente sabe, eu sei, que não há homens indispensáveis. Os cemitérios do mundo estão cheios de 'gente indispensável"', afirmou o secretário, que diz ter apresentado dois pedidos de demissão a Bush em 2004, quando houve o escândalo de abusos contra presos em Abu Ghraib. Bush rejeitou ambos os pedidos.
Questionado sobre a possibilidade de se demitir agora, para reduzir o ônus sobre o presidente e o Partido Republicano em ano eleitoral, Rumsfeld respondeu que não.
O general Peter Pace, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, afirmou não acreditar que haja insatisfação com Rumsfeld nas fileiras militares. Falando ao lado do secretário, o general afirmou também que os oficiais sempre têm oportunidade de apresentar suas opiniões à liderança civil do Pentágono.