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Washington – O secretário de Defesa americano, o republicano Donald Rumsfeld, de 74 anos, anunciou sua renúncia ao cargo ontem, após a vitória democrata na Câmara dos Representantes (deputados). A renúncia ocorre um dia após as eleições legislativas que deram ao Partido Democrata a maioria na Câmara.

Rumsfeld foi um dos principais mentores da impopular estratégia americana na guerra do Iraque e vinha sofrendo pressão para deixar o cargo em caso de vitória dos democratas.

Ele deixa a liderança do Pentágono após seis anos no cargo.

Em entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, confirmou a demissão, dizendo que chegou a hora de instituir "xuma nova liderança no Pentágono", e anunciou Robert Gates, ex-chefe da CIA (inteligência americana) como sucessor de Rumsfeld à frente da Secretaria de Defesa.

Gates é presidente da Universidade A&M, do Texas, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (pai). A indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano. "Bob Gates trará uma perspectiva fresca e uma boa capacidade de gestão", declarou o presidente. "É um sólido líder que pode contribuir para os ajustes necessários em nosso enfoque para enfrentar os atuais desafios".

Bush admitiu ontem que a derrota do Partido Republicano nas eleições legislativas de terça-feria foi causada pela frustração dos americanos com a falta de progressos no Iraque. "Sei que se especula muito sobre o que representam as eleições para a luta que travamos no Iraque", disse Bush. "Reconheço que muitos americanos votaram ontem (terça-feira) para manifestar seu descontentamento com a falta de progressos nesse terreno", acrescentou.

Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.

A demissão do secretário de Defesa havia sido reclamada pela oposição democrata, e mesmo por vários candidados republicanos em campanha. No livro Estado de Negação, recentemente publicado, o famoso jornalista Bob Woodward afirmou que já em 2004 pessoas próximas ao presidente Bush pediram a demissão daquele que era considerado o homem forte do presidente americano.

Andrew Card, o chefe de gabinete da Casa Branca nesse período, que deixou seu cargo no início deste ano, tentou em duas oportunidades persuadir o presidente a expulsar Rumsfeld, segundo o livro de Woodward. Em certa ocasião, ele obteve o apoio da primeira-dama Laura Bush e de Condoleezza Rice, que ocupava então o cargo de conselheira da segurança nacional. O vice-presidente Dick Cheney e o assessor de Bush Karl Rove intercederam por e1e.

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