Os produtores rurais da Argentina instalaram uma barraca em frente ao Congresso Nacional, onde farão uma vigília até esta quarta-feira (8), quando farão um ato para encerrar o protesto iniciado na última sexta-feira. Em principio, os produtores previam votar a continuidade do movimento. Mas o governo argentino acenou com um anúncio de medidas para o setor e os protestos serão concluídos nesta quarta com a advertência de que se as reivindicações do setor não forem atendidas, os produtores voltarão ao locaute.

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O presidente da Federação Agrária da Argentina, Eduardo Buzzi, apelou ao governo para "mudar a política agropecuária para enfrentar a crise internacional". Há cinco dias que produtores, em todo o país, realizam diferentes protestos às margens de rodovias, desta vez sem interromper o tráfego. Na concentração de amanhã, as entidades rurais pretendem juntar milhares de pessoas "para mostrar ao governo a urgência de nossa reivindicação e exigir que tenha consideração com os povos do interior no desenho das políticas públicas", disse Buzzi. O ato será realizado no município de San Pedro, província de Buenos Aires.

O líder mais duro dos produtores, Alfredo De Angeli, pediu ao governo que não use a crise internacional para evitar dar respostas aos pedidos do setor. "Nós vamos sentir a crise, sem dúvida, e vamos enfrentá-la, mas o governo precisa ter uma política para o setor porque, do jeito que estamos, vamos ter cada vez menos milho, trigo, soja, leite e carne e a forme vai aumentar", disse De Angeli ao canal de notícias TN.

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Entre as medidas que serão anunciadas estão a redução dos impostos de exportações (chamadas de "retenciones") para o milho e trigo, mas não para a soja. Também não se espera que as medidas incluam um esquema de distribuição de recursos para as economias regionais, que privilegie o agronegócios, além de diferenciar os pequenos e médios dos grandes produtores para obterem tratamento fiscal diferenciado. Se o plano a ser anunciado não atender às demandas do agronegócio, os protestos vão continuar e não se descarta a repetição de locautes e bloqueios de rodovias, como ocorreu entre março e julho deste ano.