As quatro maiores associações ruralistas da Argentina iniciaram nesta sexta-feira (3) o quinto locaute do setor realizado neste ano contra o governo da presidente Cristina Kirchner. A paralisação, programada para durar seis dias, deve ser encerrada na próxima quarta-feira (8). Os produtores exigem que o governo aplique políticas agropecuárias que contemplem linhas de crédito especiais para o setor agrícola. Além disso, pedem que o governo libere as exportações de carne e grãos, que estão sob restrições desde o ano passado. Uma das restrições, aplicada sobre o trigo, afeta diretamente o Brasil, o maior importador desse cereal produzido na Argentina.
Os ruralistas também exigem medidas urgentes para paliar os graves efeitos da seca que há meses assola as principais províncias agrícolas do país. Os integrantes das associações ruralistas - que manifestaram-se hoje nas principais estradas argentinas - suspenderam a comercialização de cereais, oleaginosas e gado.
Ao longo deste ano os produtores agrícolas protagonizaram a maior crise do governo Cristina. Entre março e julho, em protesto contra o "impostaço agrário" decretado pela presidente, os ruralistas realizaram quatro locautes que incluíram piquetes nas estradas. Em julho, o governo tentou emplacar o projeto de aumentos de impostos para as exportações agrícolas no Parlamento. No entanto, foi derrotado pelos ruralistas, que conseguiram o apoio dos partidos da Oposição e de vários setores das fileiras do governo.
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