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Argentina

Ruralistas argentinos levam suas queixas ao Congresso

Os produtores rurais argentinos se reuniram nesta terça-feira (9) com parlamentares governistas na tentativa de obter mudanças na política setorial, enquanto o diálogo com o governo continua rompido depois do extenso conflito deste ano, que gerou uma grave crise política.

Em julho, os ruralistas conseguiram que o Congresso derrubasse um polêmico imposto agrícola, mas a presidente Cristina Kirchner mantém desde então congeladas as suas relações com o campo. Na terça-feira, os fazendeiros solicitaram uma reunião com a presidente.

No Congresso, eles pediram ajuda a pequenos produtores e aos setores da pecuária e laticínios, que passam por uma crise.

"A situação, se mudou alguma coisa, foi para piorar. Propomos hoje uma urgente reunião à presidente da nação", disse a uma TV local o dirigente ruralista Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária Argentina, uma das quatro entidades mobilizadas contra o governo.

Ele se queixou do aumento dos custos e da queda dos preços internacionais nos últimos meses.

Luciano Miguens, presidente da poderosa Sociedade Rural Argentina, se mostrou otimista depois do encontro com os parlamentares. "Tocamos em todos os temas dessa agenda tão grande que tem hoje o setor agropecuário, [e recebemos] a promessa de que cada um desses temas será analisado", disse.

Pouco antes do encontro no Congresso, o governo afirmou que não reduzirá o imposto sobre a exportação de soja, cuja alíquota é de 35 por cento. "Hoje em dia não estão dadas as condições para reduzir as retenções", disse o secretário de Agricultura, Carlos Cheppi, à imprensa local.

As relações do governo com o setor rural são tensas de 2003 (época em que o presidente era Néstor Kirchner, marido de Cristina), por causa das intervenções periódicas para evitar altas nos preços domésticos dos alimentos.

A crise se agravou em março, quando Cristina tentou aplicar o imposto que afetava principalmente as exportações de soja.

Os bloqueios rodoviários e as greves realizadas durante quatro meses de protestos provocaram desabastecimentos no país e também afetaram os mercados mundiais.

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