O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia (SVR) acusou nesta segunda-feira (11) os Estados Unidos de tentar interferir nas eleições presidenciais do país eurasiático, que serão realizadas entre sexta-feira (15) e domingo (17).
“De acordo com informações recebidas pelo Serviço de Inteligência Estrangeiro da Federação Russa, o governo Joe Biden está estabelecendo um trabalho com ONGs americanas para diminuir o comparecimento de eleitores”, informou o SVR em comunicado, segundo reportagens da imprensa russa.
De acordo com a nota, o serviço de inteligência também acusou os Estados Unidos de contratar “os principais especialistas americanos em TI” para “realizar ataques cibernéticos ao sistema de votação eletrônica remota, o que tornará impossível a contagem dos votos de uma proporção significativa dos eleitores russos”.
A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre as acusações.
Em junho do ano passado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, já havia acusado os Estados Unidos de planejar ações para interferir nas eleições russas.
“As formas de tal interferência são muito variadas, incluindo ameaças, chantagem e a organização de ‘revoluções coloridas’”, disse Lavrov, numa referência à Revolução Laranja de 2004 na Ucrânia.
A eleição presidencial da Rússia será basicamente uma formalidade para o presidente Vladimir Putin permanecer no Kremlin até 2030. Vários opositores foram vetados e restaram apenas três candidatos de fachada para “desafiar” o atual presidente.
Além disso, a observação independente da eleição será restrita. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos (ODIHR), que acompanhou dez eleições nacionais russas nas últimas décadas, disse em janeiro que não enviaria observadores devido à “deterioração” das “condições” na democracia russa.
Em agosto do ano passado, num gesto de intimidação, autoridades russas prenderam Grigory Melkonyants, líder do Golos, único grupo de observação eleitoral independente da Rússia.
O Golos apontou indícios de fraude na eleição presidencial de 2012 e em 2013 foi classificado como “agente estrangeiro” pelo governo russo.
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