Moscou – A Rússia será obrigada a retaliar caso outros países posicionem armas no espaço sideral, advertiu ontem o general Vladimir Popovkin, comandante das Forças Espaciais Russas.

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Apesar de ele não ter mencionado explicitamente a qual país se referia, ficou claro que ele falava sobre os planos americanos de posicionar armas no espaço, contra os quais a Rússia é abertamente contrária.

"Não queremos nos engajar em uma guerra no espaço sideral, não queremos dominar o espaço, mas não permitiremos que nenhum outro país o faça", advertiu Popovkin em declarações levadas ao ar pela televisão russa.

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"Se algum país posicionar armas no espaço, a regra da guerra é o surgimento de armas de retaliação", afirmou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, critica os planos americanos por considerar que tal iniciativa desencadearia uma nova corrida armamentista. Em janeiro, quando a China testou um míssil anti-satélites, Putin observou que a iniciativa era uma resposta aos planos americanos de posicionar armas no espaço sideral.

Tanto Moscou quanto Pequim pressionam em favor da elaboração de um tratado por meio do qual seja proibida a instalação de armas no espaço, mas propostas nesse sentido são combatidas por Washington. "É necessário estabelecer as regras do jogo no espaço", disse Popovkin. Segundo ele, a complexidade das armas espaciais poderia levar a uma guerra.

Um satélite pode falhar por causa de problemas técnicos, mas seu proprietário pode achar que ele foi incapacitado por um inimigo e pode se sentir tentado a retaliar, advertiu.

Em outubro do ano passado, o presidente dos EUA, George W. Bush, assinou uma ordem administrativa na qual reivindica abertamente o que considera ser o direito americano de posicionar armas no espaço e de se opor à elaboração de tratados e de outros instrumentos jurídicos que restrinjam tal iniciativa.

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Os EUA querem instalar interceptadores de mísseis na Polônia e na República Checa. Putin rejeita a versão americana de que tais mísseis visam fazer frente a um eventual ataque do Irã e denuncia que a iniciativa ameaça a contenção nuclear de Moscou. Esse plano tem estremecido as relações entre Moscou e Washington.