A Rússia anunciou neste domingo (1°.) que está realizando negociações para deter os combates na província síria de Aleppo, depois que os Estados Unidos insistiu que seja dado fim aos bombardeios do regime sírio na cidade de mesmo nome.
Papa pede que o cessar-fogo seja respeitado na Síria
O papa Francisco pediu neste domingo a todas as partes envolvidas no conflito na Síria que respeitem o cessar-fogo e expressou sua dor profunda ante os combatem que prosseguem, principalmente em Aleppo.
“Peço a todas as partes que fortaleçam o diálogo em curso, o único caminho que conduz à paz”, declarou durante a oração do Ângelus diante de milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro.
O papa também expressou sua “profunda dor ante a espiral de violência que segue agravando a já desesperada situação humanitária do país, em particular na cidade de Alepo”.
“Estão sendo realizadas negociações para estabelecer um ‘regime de silêncio’ na província de Aleppo”, afirmou o general Serguei Kuralenko, chefe do centro russo para reconciliação das partes em conflito na Síria, criado pelo exército russo para supervisionar a trégua.
Fuga
Dezenas de habitantes de Aleppo, que fica norte da Síria, fugiam neste sábado (30) por medo de novos ataques do governo de Bashar al-Assad.Nos setores rebeldes da cidade, um correspondente da AFP presenciou a fuga de dezenas de famílias do bairro de Bustan al Qasr, alvo de bombardeios há dias.
“A situação se tornou insuportável”, declarou Abu Mohamad, que deixou sua casa com a mulher e seus cinco filhos.
Algumas famílias decidiram se refugiar em zonas mais seguras da cidade e outras abandonaram a região pela estrada de Castello, a única saída para os habitantes dos bairros rebeldes sitiados há meses, apesar dos perigos que representa, já que é atacada com frequência.
O Exército sírio lançou 28 bombardeios em Aleppo desde 22 de abril, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Desde esta data, 246 pessoas morreram por causa dos confrontos.
A defesa civil anunciou neste sábado que ao menos dez pessoas perderam a vida no setor rebelde, incluindo duas crianças. Já nos bairros da zona oeste controlados pelo governo, três civis, entre eles uma criança, morreram por disparos de obus, segundo a agência oficial de notícias síria Sana, que responsabilizou a Frente Al-Nosra, filial da Al-Qaeda nesse país, pelo ataque.
Vários comboios humanitários conseguiram entrar em quatro localidades sitiadas pelo regime e pelos rebeldes, mas a situação continua crítica.
Aleppo viveu na quinta-feira (28) seu dia mais violento desde a retomada dos bombardeios, com mais de 50 mortos, incluindo crianças e médicos. A ONG Human Rights Watch afirmou que o ataque “pode constituir crime de guerra”.
A ONU lamentou, por sua vez, um “monstruoso menosprezo pelas vidas de civis por parte de todas as partes do conflito”.
Diante da tragédia vivida pela cidade, a hashtag #AleppoIsburning” (#Alepoestaqueimando) se espalhou pelas redes sociais, convocando manifestações de solidariedade em vários países de 30 de abril a 7 de maio.
EUA
O secretário de Estado americano, John Kerry, viajará neste domingo para Genebra como demonstração de apoio ao cessar-fogo na Síria, anunciou o Departamento de Estado.
Na cidade suíça, neste domingo e na segunda-feira, o chefe da diplomacia americana terá reuniões com Staffan de Mistura e com seus colegas saudita, Adel al Jubeir, e jordaniano, Nasser Judeh, acrescentou o órgão.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”