As negociações no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Síria fracassaram nesta segunda-feira (16), após a Rússia garantir que vetará a proposta de resolução sobre o massacre na cidade de Treimsa.
O embaixador da Rússia junto à ONU, Vitaly Churkin, afirmou que na quarta-feira, quando o projeto for votado, Moscou vetará qualquer resolução dos países ocidentais estabelecendo sanções contra a Síria.
"Se pretendem votar na quarta-feira, então veremos. Já deixei muito claro que vamos votar contra esta resolução", disse Churkin à imprensa após negociações entre os 15 membros do Conselho de Segurança sobre a crise na Síria.
A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com capacidade de veto, ao lado de Grã-Bretanha, China, França e Estados Unidos.
Os diplomatas russos rejeitaram o projeto de declaração sob o argumento de que não está claro o que ocorreu em Treimsa, no centro da Síria, segundo funcionários contatados pela AFP.
O rascunho de projeto apresentado afirma que o ataque da quinta-feira passada contra Treimsa foi "uma violação" por parte de Damasco de seus compromissos com o enviado da ONU e da Liga Arabe, Kofi Annan, de não utilizar armas pesadas.
Se uma resolução não for aprovada até a sexta-feira, a Missão de Supervisão da ONU na Síria (Misnus), que conta com 300 agentes no terreno, será suspensa.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, já advertiu que a resolução proposta pela Rússia, que prevê apenas renovar a missão da ONU na Síria mas sem sanções, não obterá os votos suficientes para ser aprovada (nove).
Dezenas de pessoas foram assassinadas em Treimsa pelo Exército do presidente Bashar al Assad e pelas milícias pró-governamentais, segundo a oposição síria. O governo nega qualquer responsabilidade no massacre.
O porta-voz da ONU Martin Nesirky afirmou que a missão de observadores das Nações Unidas na Síria está tratando de confirmar o que ocorreu em Treimsa, mas adiantou que parece "bastante evidente que algo terrível aconteceu lá" e que "foram utilizadas armas pesadas".
O departamento americano de Estado reafirmou nesta segunda-feira que as forças do regime "massacraram civis" com armas pesadas na quinta-feira passada, em Treimsa.
Um porta-voz da diplomacia americana, Patrick Ventrell, garantiu que há "as primeiras provas evidentes de que o regime recorreu a armas pesadas para massacrar civis (...) em Treimsa".
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, acusou diretamente "o regime sírio" de ter "massacrado mais de 200 homens, mulheres e crianças" em Treimsa.
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