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Fronteira com a Ucrânia

Rússia afirma ter eliminado “sabotadores” que atacaram a região de Belgorod

Governo Putin disse que responsáveis por ataque em região na fronteira com a Ucrânia eram “terroristas ucranianos”, mas Kiev negou e grupos russos assumiram autoria (Foto: EFE/EPA/ALEXEY FILIPOV/SPUTNIK/KREMLIN)

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O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta terça-feira (23) ter “eliminado” todos os “sabotadores” que atacaram na segunda (22) a região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, país que negou vínculos com o ataque.

“Os grupos armados nacionalistas foram cercados e eliminados. Mais de 70 terroristas ucranianos foram liquidados”, relatou o porta-voz da Defesa russa, Igor Konashenkov, em seu relatório diário de guerra.

O tenente-general russo afirmou que parte dos “sabotadores” foram expulsos para a Ucrânia, onde a artilharia russa continuou a atacá-los “até a sua total eliminação”. Quatro veículos blindados e cinco picapes também foram destruídos.

As autoridades de Belgorod, que tiveram que evacuar nove cidades da província, estimaram que dez pessoas ficaram feridas nos ataques, enquanto uma idosa morreu durante a evacuação.

O governador, Viacheslav Gladkov, denunciou que se tratava de “sabotadores” das Forças Armadas ucranianas, mas um representante da Diretoria de Inteligência Militar da Ucrânia garantiu que por trás desses ataques estavam dois grupos russos que lutam ao lado de Kiev: o Corpo de Voluntários Russos e a Legião da Liberdade para a Rússia, que na segunda-feira assumiram a responsabilidade pelo ataque.

“O Exército russo não pôde enfrentar o grupo de patriotas voluntários que pegaram em armas e não tiveram medo de enfrentar abertamente o regime de Moscou pelo bem do futuro livre da Rússia”, declarou a Legião da Liberdade para a Rússia nesta terça-feira em seu canal no Telegram.

Os voluntários enfatizaram que seu ataque “mais uma vez desmascarou o mito de que os cidadãos russos estão seguros e a Rússia é forte”, ao não descartar futuras ações.

Por sua vez, o Corpo de Voluntários da Rússia emitiu um comunicado paralelo no qual garantiu que “o país está pronto para mudanças”.

“Em breve, não haverá ninguém na Rússia que não conheça alguém que tenha perdido a vida nesta guerra criminosa. Para acabar com isso, o inimigo deve ser atingido nos territórios que ocupa. A guerra continuará até que o corpo enforcado do [presidente russo, Vladimir] Putin adorne as paredes do Kremlin”, afirmou o movimento.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, manifestou nesta terça-feira “profunda preocupação” com a incursão de “sabotadores” e assegurou que por isso a campanha militar no país vizinho deve continuar.

“Sem dúvida, o que aconteceu ontem desperta profunda preocupação. É uma nova demonstração de que os combatentes ucranianos continuam as suas atividades contra o nosso país. A operação militar especial [na Ucrânia] vai continuar a prevenir tais incursões no futuro”, destacou.

Peskov descartou, no entanto, que Putin vá realizar uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da Rússia dedicada à incursão em Belgorod, como fez no último mês de março após uma ação semelhante na região fronteiriça de Briansk, reivindicada pelo Corpo de Voluntários da Rússia.

Questionado sobre o envolvimento de russos no ataque à região, Peskov respondeu que foram “combatentes ucranianos da Ucrânia”.

Já a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, classificou os responsáveis pelo ataque como “patriotas da Rússia” que “se revoltam contra o regime de Putin”.

Malyar atribuiu as ações armadas ao “desejo dos cidadãos [russos] de mudar o sistema político do país e deter esta sangrenta guerra desencadeada pelo Kremlin”.

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