Ouça este conteúdo
A Rússia alertou os Estados Unidos, nesta terça-feira (30), sobre os riscos de desestabilização das relações decorrentes de uma possível implantação de armas nucleares táticas no território do Reino Unido.
“No que diz respeito à questão do hipotético retorno das armas nucleares táticas americanas ao território do Reino Unido, gostaria de alertá-los da forma mais clara e dura possível contra este passo desestabilizador”, afirmou Sergey Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores de Moscou, citado pela agência de notícias TASS.
O diplomata russo disse que nem a segurança do Reino Unido nem a dos Estados Unidos serão reforçadas por esta medida. Além disso, negou que exista algum tipo de efeito de intimidação em relação à Rússia, mas considerou que esta implantação significaria um aumento no grau geral de escalada e ameaças na Europa.
"O potencial (nuclear) britânico tem uma tendência ascendente. Presumimos que, apesar da experiência bastante triste dos últimos anos em Londres e Washington do ponto de vista de garantir a segurança europeia, os exaltados não tiraram quaisquer lições disto, de modo que esse cenário (de implantação de armas nucleares táticas) é totalmente possível", afirmou.
Segundo informou no último final de semana o jornal Daily Telegraph, os Estados Unidos planejam instalar armas nucleares no Reino Unido pela primeira vez em 15 anos devido à ameaça da Rússia.
Documentos do Pentágono aos quais o jornal teve acesso mostram que a intenção da Casa Branca é colocar bombas atômicas com potência três vezes maior que as usadas em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial na base aérea de Lakenheath, em Suffolk, no leste do Reino Unido.
Washington eliminou as suas capacidades nucleares em solo britânico em 2008, por considerar que o perigo da Guerra Fria tinha passado. O jornal informou que as obras de construção de uma nova residência para as tropas americanas terão início em junho.
Em 2023, a Rússia implantou armas nucleares táticas em Belarus, principal aliado na campanha militar russa na Ucrânia, como instrumento de dissuasão contra o avanço da OTAN. (Com Agência EFE)