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Escalada militar

Rússia ameaça usar a força para proteger seus cidadãos na Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visita a linha de frente do combate com separatistas apoiados pela Rússia em Mariupol, 9 de abril (Foto: Assessoria de Imprensa da Presidência da Ucrânia / AFP)

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O governo da Rússia disse nesta sexta-feira, 9, que teme uma retomada dos combates em grande escala no leste da Ucrânia e pode tomar medidas para proteger os civis russos lá, um alerta severo feito em meio a um aumento de tropas russas ao longo da fronteira sul. A declaração de Dmitri Pescov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, refletiu a determinação do Kremlin em impedir o governo ucraniano de usar a força para tentar retomar o território controlado pelos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram nesta sexta-feira que não lançarão uma ofensiva contra os separatistas pró-Rússia que controlam duas regiões do leste do país, em meio aos crescentes temores de uma escalada militar na região.

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"A liberação dos territórios ocupados de maneira temporária pela força levará inevitavelmente à morte de um grande número de civis e baixas militares, o que é aceitável para a Ucrânia", disse Ruslan Khomchak, comandante das Forças Armadas ucranianas, em um comunicado.

Nas últimas semanas se intensificaram os combates entre o Exército ucraniano e os separatistas, em meio ao aumento de tropas russas na fronteira, que o comandante Khomchak qualificou de "intimidação e chantagem" por parte da Rússia.

O ministro ucraniano de Relações Exteriores, Dmitri Kuleba, também afirmou nesta sexta-feira que a Ucrânia não quer uma guerra com a Rússia. "Não estamos preparando nenhuma escalada, nenhuma ofensiva, nenhuma operação militar. Contamos e apostamos tudo em uma solução diplomática do conflito no leste do país". Ao mesmo tempo, ele disse que a Ucrânia tem de se "preparar para uma defesa total de nosso país ante a escalada da Rússia", que desde o mês passado tem enviado tropas, tanques e artilharia pesada à fronteira sul.

Preocupados pela crescente presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e pelos combates, os Estados Unidos enviaram dois navios de guerra ao Mar Negro em uma demonstração de apoio ao governo do presidente Volodmir Zelensky.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, o número de tropas russas do outro lado da fronteira da ex-república soviética é maior "do que em qualquer momento desde 2014", quando começou a guerra no leste da Ucrânia e a Rússia anexou a Península da Crimeia.

Os EUA também estão enviando aviões de reconhecimento ao espaço internacional sobre o Mar Negro e na quarta-feira bombardeios americanos realizaram missões no Mar Egeu.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou nesta sexta-feira por telefone com os chefes da diplomacia da Alemanha, Heiko Maas, e da França, Jean-Yves Le Drian, sobre a importância de defender a Ucrânia diante das "provocações russas". O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que Blinken enfatizou a necessidade de Moscou "cessar imediatamente" a escalada militar e a retórica inflamatória sobre Kiev.

O presidente Zelensky visitou na quinta-feira a região de Donbás onde desde 2014 os separatistas enfrentam as forças ucranianas. Mais de 14 mil pessoas foram mortas no conflito ucraniano em 2014, logo após a Rússia ter anexado a Crimeia em seguida à queda do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.

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