A Rússia declarou que recuaria suas tropas da Geórgia até sexta-feira (22), mas o presidente georgiano, Mikheil Saakshivili, disse que Moscou parecia determinado a manter a pressão sobre a Geórgia.
Um correspondente da Reuters viu uma coluna de tanques e militares russos carregando artilharia se movendo na região de fronteira em direção à Rússia.
"Posso ver 21 tanques T-72 avançando para o túnel Roki na direção da Rússia", disse o jornalista presente no túnel, que fica a poucos quilômetros da fronteira.
"Posso ver também quatro lançadores de artilharia Grad, vários veículos blindados e caminhões pesados prontos para entrar no túnel", acrescentou o correspondente.
Em entrevista coletiva, Anatoly Nogovitsy, subchefe do Estado-Maior russo, disse que Moscou está se empenhando ao máximo para cumprir o que foi determinado em um acordo de paz mediado pela França. O Ocidente demonstra crescente impaciência com a demora na desocupação russa.
"A retirada começou em tal ritmo que até o final de 22 de agosto todas as forças da Federação Russa estarão atrás da linha da nossa zona de responsabilidade", disse o militar.
Mas o presidente pró-ocidental da Geórgia, Mikheil Saakashvili, disse não notar uma retirada séria dos russos, que ao invés disso estariam ampliando as áreas sob ocupação.
"Eles não demonstram nenhum sinal de que queiram ceder o controle", disse Saakashvili a jornalistas em Tbilisi. "Parece que a palavra 'retirada' é entendida de formas diferentes por pessoas diferentes."
A Geórgia teme que a Rússia esteja instalando postos de controle militar nos limites da chamada zona-tampão - algo que permitiria aos russos, mesmo após uma eventual retirada, controlar o tráfego ao longo de uma importante rodovia que liga o leste ao oeste da Geórgia, com grande importância econômica.
A Geórgia argumenta que nem o plano de cessar-fogo nem acordos anteriores a respeito da disputa territorial autorizam a Rússia a estabelecer os postos de controle.
O conflito começou no dia 7, quando a Geórgia mobilizou tropas para tentar reassumir o controle da Ossétia do Sul, uma região separatista e etnicamente diversa que desde 1992 goza de autonomia sob a proteção de Moscou.
Aproveitando sua superioridade militar, a Rússia reagiu enviando tropas não só à Ossétia do Sul como a partes da Geórgia propriamente dita. Houve intensos combates, nos quais os russos afinal prevaleceram.
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