Comissão
Congressistas do Brasil vão viajar para pedir a libertação de Ana Paula
O Senado vai enviar uma comissão de congressistas à Rússia para pedir ao governo do país a libertação da ativista brasileira Ana Paula Maciel. Ainda não foi definido quantos senadores viajarão. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu criar a comissão depois de receber ontem o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace no Brasil, Sérgio Leitão.
Folhapress
A Rússia arquivou ontem as acusações de pirataria que pesavam sobre um grupo de 30 ativistas envolvidos em um protesto do Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico, substituindo-as por infrações menores e reduzindo a pena máxima para sete anos ela antes poderia chegar a 15.
Em nota, o Comitê Investigativo Federal disse que a acusação de pirataria marítima foi substituída pela de vandalismo. O Greenpeace disse que isso ainda é "extremamente desproporcional" e prometeu contestar as acusações.
Todos os 30 envolvidos estavam a bordo do navio Arctic Sunrise e foram detidos ao tentar escalar a plataforma Prirazlomnaya. Eles ficarão pelo menos até o fim de novembro em um uma penitenciária da região de Murmansk, no norte da Rússia.
Um porta-voz do Greenpeace russo, Vladimir Chuprov, declarou em nota que a acusação de vandalismo "representa nada menos do que um ataque ao próprio princípio do protesto pacífico".
"Vamos contestar a acusação forjada de vandalismo tão veementemente quanto contestamos as acusações de pirataria. São ambas acusações fantasiosas que não têm relação com a realidade", disse Chuprov.
O presidente russo, Vladimir Putin, havia dito que os ativistas claramente não eram piratas, mas que violaram o direito internacional.
O Comitê Investigativo rejeitou a alegação do Greenpeace de que o protesto era pacífico, pois "quem ocupa ilegal e premeditadamente uma plataforma estacionária está cometendo um crime, não importa qual seja a sua motivação".
O comitê disse que a investigação prossegue e novas acusações graves podem ser imputadas a alguns ativistas, incluindo o uso da força contra representantes do Estado.
Os tribunais da cidade de Murmansk se negaram a estipular uma fiança para os envolvidos: 28 ativistas e dois jornalistas que documentavam os protestos, entre eles a brasileira Ana Paula Maciel.
O Greenpeace defende que as acusações têm o objetivo de desestimular protestos ambientais contra a exploração de petróleo no Ártico.