O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (28) que seu país assinou contratos de armas com mais de 40 países africanos durante a sessão plenária da cúpula Rússia-África, que acontece em São Petersburgo.
"Para fortalecer a capacidade defensiva dos países do continente, estamos desenvolvendo a cooperação nos campos militar e técnico-militar", afirmou o russo diante dos líderes de países como Egito, Congo, Camarões e República Centro-Africana.
Putin ressaltou que parte do fornecimento de armas aos países é feito gratuitamente, já que o objetivo final é garantir sua "segurança e soberania".
"A Rússia assinou contratos de cooperação técnico-militar com mais de 40 países da África, aos quais fornecemos uma ampla gama de armas e equipamentos de defesa", ressaltou.
Durante o discurso, ele comentou que as delegações africanas costumam frequentar exposições, fóruns e exercícios militares que são realizados na Rússia para se familiarizar com as armas de nova geração.
Sem atingir ainda os níveis da União Soviética, a Rússia assinou contratos no valor de aproximadamente de US$ 10 bilhões (R$ 47,3 bilhões na cotação atual) desde a cúpula anterior, realizada em 2019.
França e Níger
Nesse sentido, alguns países africanos renunciaram à cooperação com a França, que acusam de interferir em assuntos internos.
A cúpula acabou sendo ofuscada pela eclosão do golpe militar no Níger, cujo presidente Mohamed Bazoum foi deposto e é mantido como refém pelos líderes golpistas.
"Condenamos veementemente os eventos no Níger e exigimos a libertação imediata do presidente Mohamed Bazoum e sua família", declarou durante a cúpula Azali Assoumani, presidente interino da União Africana.
Ao pronunciar seu discurso nesta manhã, Putin sentou-se ao lado de Ibrahim Traore, presidente interino de Burkina Faso, acusado de cooperar com mercenários russos do Grupo Wagner desde o golpe que protagonizou em 2022.
A imprensa local informou na quinta-feira que o chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, se reuniu em São Petersburgo com representantes do Níger, Mali e também da República Centro-Africana, onde mercenários russos chegaram nesta semana para garantir a segurança durante o referendo constitucional de domingo.