A Rússia confirmou neste sábado (16) que o presidente Dimitri Medvedevassinou o tratado de cessar-fogo com a Geórgia que prevê o encerramento do conflito entre os dois países, iniciado no último dia 7 com o ataque dos georgianos à região separatista da Ossétia do Sul.
O acordo, patrocinado pelo governo francês, já havia sido assinado pelos georgianos na sexta-feira e inclui o fim dos ataques e a retirada imediata das tropas russas do território georgiano.
No entanto, a movimentação de tropas russas na Geórgia prosseguia neste sábado. O governo georgiano denunciou e testemunhas confirmaram que as tropas russas teriam destruído neste sábado em Kaspi, próximo à cidade de Gori, uma importante ponte que une as regiões leste e oeste da Geórgia. Os militares russos negam a autoria do atentado.
Carros de combate russos fecharam também neste sábado a estrada que liga Tbilisi ao norte do país, o que representa uma dúvida sobre o compromisso das tropas russas de abandonar o território. Os blindados russos estabeleceram um posto de controle na altura da localidade de Caspi, a cerca de 40 quilômetros de Tbilisi.
Segundo testemunhas, as tropas russas não permitem a passagem de nenhum automóvel entre Tbilisi e a cidade de Gori, próxima à fronteira com a Ossétia do Sul.
Acordo
Na sexta-feira, o presidente da Geórgia anunciou ter assinado o acordo de paz. A declaração foi feita ao lado da secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, que foi ao país negociar o cessar-fogo.
O presidente georgiano culpou o Ocidente por não ter reagido com força suficiente contra os movimentos militares anteriores da Rússia e por ter falhado em garantir sua entrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Ele disse que a Rússia é um "mal" para o mundo e que jamais aceitará a ocupação de "nem um quilômetro quadrado" do território de seu país.
Rice, por sua vez, afirmou que a tarefa mais urgente agora é a retirada das tropas russas da Geórgia. "Todas as tropas russas, e qualquer tropa paramilitar e irregular que tenha entrado com elas, devem partir imediatamente", disse.
A secretária revelou que os EUA querem o envio de observadores internacionais e, eventualmente, de tropas internacionais para garantir a manutenção da paz no país.
Mais tarde, o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que a ação da Rússia é "completamente inaceitável" e que Moscou precisa colocar um fim na crise.
"O mundo tem assistido com temor a Rússia invadindo um Estado vizinho soberano e ameaçando um governo democrático eleito pelo povo", disse Bush em seu discurso de rádio semanal de sábado, que foi divulgado na sexta.
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