O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu início à invasão da Ucrânia, dois dias depois de afirmar a independência das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste do país. Na madrugada desta quinta-feira (24), explosões e sirenes foram ouvidas em diversas cidades do país, inclusive na capital, Kiev.
O gabinete presidencial da Ucrânia informou que mais de 40 militares do país morreram durante os ataques realizados pelas forças da Rússia contra bases aéreas e unidades militares no território ucraniano.
"Sei agora que há mais de 40 mortos e várias dezenas de feridos", afirmou Oleksiy Arestovych, assessor do presidente Volodymir Zelensky, em entrevista coletiva.
Zelensky, por sua vez, anunciou o fim das relações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia. "Esta manhã entrou para a história, mas essa história é absolutamente diferente para nosso país e para a Rússia. Nós rompemos relações diplomáticas com a Rússia", disse o chefe de governo.
Milhares de moradores tentam sair de Kiev causando trânsito intenso na capital. Há filas nos postos de combustíveis e supermercados. Outras centenas de cidadãos cruzaram a fronteira com a Romênia em busca de refúgio na casa de amigos e familiares. A ministra do Interior da Moldávia, Anda Revenko, anunciou que cerca de 2 mil refugiados ucranianos entraram no país.
Em mensagem à imprensa, o consulado da Ucrânia no Brasil afirmou: "Este é um ato de guerra, um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do direito internacional. A Ucrânia ativou seu direito de autodefesa de acordo com o direito internacional".
"A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia. (…) Da nossa resposta conjunta depende agora não só da segurança dos cidadãos ucranianos, mas também da segurança dos cidadãos da toda a Europa e do futuro da ordem mundial", finaliza a nota.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as Forças Armadas do país não estão atacando a população civil de cidades ucranianas durante a chamada "operação militar especial" lançada por Putin.
"As Forças Armadas da Rússia não estão atacando as cidades ucranianas. Não há ameaça para a população pacífica", disse a pasta em um comunicado.