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Inicialmente interessado em geopolítica, o ditador entendeu que poderia trabalhar com outras dimensões da "alma russa" em sua estratégia contra a Ucrânia.
Nova ação censória do regime russo, liderado pelo ditador Vladimir Putin, visa censurar acesso a informações da Europa| Foto: EFE/Sergei Guneyev

A Rússia anunciou nesta terça-feira (25) que estão proibidos o acesso por internet e a radiodifusão em seu território a 81 meios de comunicação europeus.

A medida é uma resposta às restrições adotadas em 17 de maio pelo Conselho da União Europeia contra três meios de comunicação russos – a agência RIA Novosti e os jornais Izvestia e Rossiiskaya Gazeta – e que entraram em vigor nesta terça.

O comunicado que acompanha a lista afirma que, no que diz respeito aos meios de comunicação social de 25 países da União Europeia (UE), “são introduzidas medidas de resposta para limitar a radiodifusão e o acesso aos seus recursos na internet a partir do território da Federação Russa”.

A nota destaca que as restrições são adotadas contra os meios de comunicação que “divulgam sistematicamente informações não confiáveis ​​sobre o andamento da operação militar especial”, como é conhecida na Rússia a campanha militar lançada na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Entre os 81 meios de comunicação social afetados estão também os jornais espanhóis El País e El Mundo; os alemães Die Zeit e Der Spiegel; os italianos La Stampa e La Repubblica; o português Público; os franceses Le Monde e Libération; e a revista holandesa Algemeen Dagblad.

Também foram incluídas emissoras de televisão como a italiana RAI; as francesas LC1 e Arte; a irlandesa RTE; a portuguesa RTP Internacional; a holandesa NOS e a austríaca ORF; além da estação Radio France.

Além da EFE, as agências cujo acesso na Rússia será restrito são a francesa AFP e a Agência Europa.

O Ministério das Relações Exteriores russo disse que alertou repetidamente em diferentes níveis que “o assédio politicamente motivado” aos jornalistas russos e a proibição “infundada” dos meios de comunicação russos no território da União Europeia “não ficariam sem resposta”.

Moscou afirmou ainda que, tendo Bruxelas optado pelo caminho da “escalada”, as autoridades russas se viram obrigadas a adotar “medidas simétricas e proporcionais”.

“A responsabilidade por este desenvolvimento dos acontecimentos cabe exclusivamente aos líderes da UE e aos países que apoiam o referido bloco”, afirmou.

Em meados de maio, a porta-voz da pasta de Exteriores russa, Maria Zakharova, advertiu que seu país iria tomar medidas retaliatórias contra correspondentes ocidentais no seu território se a UE restringisse o trabalho dos meios de comunicação russos.

“Até agora eles sentiram o nosso amor, agora também terão de sentir a nossa retaliação”, declarou Zakharova em coletiva de imprensa, na qual antecipou que Moscou responderia “repentinamente e de uma forma extremamente dolorosa para os ocidentais”.

"Se um único meio de comunicação russo estiver sujeito a restrições infundadas, isso terá repercussões sobre os seus colegas aqui na Rússia. Refiro-me aos jornalistas ocidentais", ressaltou.

Desde o início da guerra, a Rússia restringiu o acesso de jornalistas estrangeiros às atividades organizadas pelo regime russo e, em alguns casos, não ampliou os vistos de trabalho a alguns correspondentes ocidentais. (Com Agência EFE)

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