A Rússia chamou hoje o principal grupo de oposição da Síria para se reunir em Moscou para iniciar o diálogo com o regime de Bashar Assad e tentar dar um fim ao conflito no país, que completou 21 meses em dezembro.
O pedido foi feito após uma reunião entre o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o vice-chanceler sírio, Faisal Moqdad. Ele também pediu ao regime que retome os diálogos com a oposição. "Nós incitamos ativamente o regime sírio, como fazemos há meses, a fazer o que for preciso para concretizar suas intenções de dialogar com a oposição."
Lavrov disse que fez um convite ao chefe da chamada Coalizão Nacional da Síria, Ahmed Mouaz al Khatib, para começar um diálogo em Moscou. O ministro de Relações Exteriores do Egito, Mohamed Amr, confirmou a informação e afirmou que os rebeldes não recusaram o diálogo.
No entanto, ainda não há resposta da coalizão sobre a proposta russa. O grupo, que foi formado em novembro no Qatar, se recusou em diversas ocasiões a dialogar com o regime e só concorda com uma transição sem Assad e membros do regime envolvidos na repressão.
Sobre as contínuas negativas, Lavrov se mostrou decepcionado com os rebeldes. "Acredito que uma valorização real da situação dentro da Síria incentivará os opositores prudentes a buscar caminhos para um diálogo político."Propostas
O pedido acontece um dia antes de uma reunião entre Lavrov e o enviado especial da ONU à Síria, Lakhdar Brahimi, em que discutirão propostas para a transição na Síria.
No fim de semana, quando Brahimi viajou a Damasco para se encontrar com Assad, a imprensa internacional dizia que ele ia apresentar duas propostas feitas pelos Estados Unidos e a Rússia.
Em um dos casos, o ditador governaria até 2014 e daria lugar a um governo eleito, com composição mista entre rebeldes e membros do regime. No segundo cenário, Assad sairia, mas teria influência para escolher alguns de seus ministros para representar os alauitas no governo de transição.
As duas proposições foram negadas pelos enviados, que defenderam o acordo de Genebra, assinado em junho. O texto, que foi assinado por Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, prevê a formação de um governo de transição com integrantes do regime e da oposição.
Entretanto, os países ocidentais interpretaram o texto como uma saída de Assad, enquanto Moscou e Pequim consideraram não ser necessário a retirada do ditador. A divisão da comunidade internacional levou ao veto de três sanções da ONU, que poderiam ter dado fim ao conflito.
Isso provocou o aprofundamento da crise, que, após 21 meses, deixou 45 mil mortos, segundo grupos da oposição. A ONU calcula que outros 500 mil sírios pediram refúgio em países, enquanto 2,5 milhões se deslocaram dentro do país.
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