As autoridades do regime da Rússia declararam nesta sexta-feira (16) que vários aliados e advogados do líder opositor russo Alexey Navalny, que morreu em circunstâncias suspeitas e controversas na prisão em fevereiro, são “extremistas e terroristas”.
De acordo com a lista do Rosfinmonitoring, órgão de vigilância financeira da Rússia, o status agora se aplica à chefe do Fundo Anticorrupção, Maria Pevchij; à porta-voz de Navalny, Kira Yarmish; à apresentadora do canal Navalny LIVE, Nina Volkhovskaya; e a outros colaboradores do falecido líder político.
Dois dos advogados de Navalny, Olga Mikhailova e Alexandr Fedulov, que moram no exterior, também foram declarados “terroristas e extremistas”.
Entre as pessoas ligadas ao líder opositor que foram colocadas na lista de monitoramento do órgão e se encontram na Rússia estão a jornalista Antonina Favorskaya, a ativista Olga Komleva e o cientista da computação Alexei Malyarevsky, todos acusados de “cooperação com o Fundo Anticorrupção”, fundado por Navalny.
A notícia foi dada meio ano após a morte de Navalny em uma prisão na região da Sibéria.
Parentes e simpatizantes do líder opositor foram nesta sexta-feira ao cemitério Borisovo, em Moscou, para prestar homenagem ao político, por cuja morte a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, culpa diretamente o ditador russo, Vladimir Putin.
De acordo com Yulia, as autoridades concluíram que ele morreu de “arritmia”.
“A morte aconteceu como resultado de arritmia. E me diga, como eles encontraram essa arritmia durante a autópsia? É impossível estabelecer um distúrbio do ritmo cardíaco após a morte e Alexei não tinha nenhuma doença cardíaca quando estava vivo”, escreveu Yulia no site do falecido marido.
De acordo com a viúva do político, o diagnóstico oferecido pelas autoridades é “uma zombaria”.
“É outra tentativa patética de esconder o fato de que o que aconteceu foi um assassinato”, afirmou Yulia.
Navalny, que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento com o agente químico Novichok em 2020, morreu em fevereiro em uma prisão de segurança máxima na Sibéria, onde estava detido desde o final do ano passado e onde cumpria sentença de 19 anos por seu ativismo político, de acordo com defensores de direitos humanos.