Um tribunal russo condenou nesta quarta-feira (26) o fundador e ex-CEO da empresa de cibersegurança Group-IB, Ilya Sachkov, a 14 anos de prisão pelo crime de "traição à pátria".
De acordo com os promotores, Sachkov teria repassado informações do governo russo para espiões estrangeiros. O julgamento dele foi realizado a portas fechadas.
Segundo a agência de notícias France-Presse, o juiz russo Alexander Rybak afirmou que “o tribunal considerou Ilya Sachkov culpado conforme o Artigo 275 do Código Penal da Rússia [que aborda sobre a pena de traição à pátria] e o sentenciou a 14 anos de prisão em uma colônia penal de regime rigoroso".
A defesa de Sachkov negou que ele tenha repassado informações para espiões estrangeiros. Eles também negaram qualquer outra irregularidade envolvendo a empresa Group-IB, da qual Sachkov ainda possui ações.
A Group-IB foi fundada por Sachkov em 2003 e já foi uma das mais influentes empresas de cibersegurança da Rússia. Neste ano, a empresa encerrou sua participação no mercado nacional russo e transferiu sua sede para Singapura, onde começou a ofertar seus serviços para clientes de todo o mundo.
Sachkov havia sido preso em setembro de 2021 pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB). Com sua condenação, ele se torna mais um empresário russo influente na lista de acusados de traição à pátria nos últimos anos. A lista conta também com nomes de cientistas, soldados, ex-funcionários do governo e até um jornalista.
Cerca de um ano antes de ser preso, Sachkov causou polêmica ao afirmar em um evento, que contava com a presença do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, que as autoridades do país davam permissão para que um hacker criminoso russo invadisse empresas e serviços internacionais.
No evento, ele também criticou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e acusou o governo do país de colocar no comando de um órgão que trata sobre a exportação de tecnologias avançadas um ex-espião do FSB.
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