O ditador russo, Vladimir Putin| Foto: Anatoly Maltsev/EFE
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Um cidadão russo foi condenado a 15 anos de prisão por um tribunal militar do país controlado pelo ditador Vladimir Putin sob a acusação de “traição e financiamento do terrorismo”, após transferir dinheiro para o Exército ucraniano. A sentença foi anunciada nesta terça-feira (18) pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), que classificou o caso como um “ato contra a segurança nacional” russa.

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O condenado, que não teve seu nome divulgado, mas, segundo informações é residente da região de Oriol, nasceu em 1976 e, segundo o FSB, teria feito várias transferências financeiras em 2023 e 2024 para apoiar grupos ucranianos que a Rússia considera como “terroristas”. As autoridades russas afirmam que o dinheiro enviado foi utilizado na compra de drones, armamento, munições e equipamentos táticos para as forças ucranianas em combate contra as tropas de invasão de Moscou.

A condenação se baseou no artigo 275 do Código Penal da Rússia, que trata de alta traição, e na parte 1.1 do artigo 205.1, referente à assistência a atividades terroristas. Além da pena de prisão, o tribunal impôs ao réu uma multa de 500 mil rublos, aproximadamente US$ 6 mil, de acordo com a cotação atual. O FSB não divulgou o valor exato das transferências feitas pelo condenado.

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O homem foi detido em julho de 2024 e, segundo a investigação, admitiu ter transferido dinheiro e criptomoedas para representantes das forças ucranianas, ciente de que o montante seria utilizado nas operações militares contra a Rússia.

Este não é o primeiro caso de um cidadão russo condenado por apoiar financeiramente a Ucrânia. No mês passado, um jovem de 22 anos, residente da cidade de Blagoveshchensk, na região de Amur, recebeu uma sentença de 12 anos de prisão por acusações semelhantes. Ele foi acusado de transferir fundos para a compra de armamento e equipamentos militares para as tropas ucranianas em sua luta contra os militares russos.

Desde o início da guerra na Ucrânia, o regime russo tem adotado medidas severas contra qualquer forma de apoio interno a Kiev. Moscou classifica as forças ucranianas como “terroristas” e pune duramente aqueles que, dentro do próprio território russo, prestam qualquer tipo de auxílio financeiro ou logístico a elas.

A repressão contra cidadãos russos que expressam apoio à Ucrânia tem se intensificado, com diversas prisões e julgamentos sob acusações de traição. Organizações de direitos humanos denunciam que essas sentenças fazem parte de uma política de intimidação e controle do Kremlin para evitar dissidências internas em meio à guerra.