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Rússia condena mulher a 8 anos de prisão por postagens contra Putin na internet
O ditador Vladimir Putin| Foto: EFE/EPA/KRISTINA KORMILITSYNA / SPUTNIK /KREMLIN POOL

Um tribunal militar russo sentenciou nesta quarta-feira (14) a diretora de teatro Anastasia Berezhinskaya, de 43 anos, a oito anos de prisão por expressar críticas à invasão russa na Ucrânia e fazer comentários online onde, segundo a acusação, ela pedia a morte do ditador Vladimir Putin. A decisão foi anunciada pelo juiz Andrei Pluzhnikov, da Segunda Corte Militar Distrital Ocidental, localizada em Moscou, que considerou Berezhinskaya culpada de “justificar o terrorismo”, “divulgar informações falsas” sobre o exército russo e “desacreditar as Forças Armadas”.

Berezhinskaya, que vinha utilizando a rede social russa “VK” para expressar sua indignação com as ações militares na Ucrânia, acusou em suas postagens os soldados russos de estarem cometendo atrocidades contra civis e destruição em massa nas cidades ucranianas. Os posts foram feitos logo após a invasão autorizada por Putin em fevereiro de 2022. Em uma das publicações, referindo-se ao ditador russo, ela escreveu: “Destrua esse desgraçado. Apague-o da face da Terra”.

Durante o julgamento, a diretora admitiu parcialmente a culpa, mas negou que suas palavras fossem uma incitação real para a execução de Putin. Em seu discurso final no tribunal, ela declarou que não tinha “nada a dizer ou acrescentar” e que aceitaria “qualquer decisão que seja tomada”. Após a sentença, Berezhinskaya foi imediatamente transferida para uma prisão em Moscou.

Por causa de seus comentários contra a guerra e Putin, Berezhinskaya teve sua página bloqueada no “VK” por ordens de autoridades russas. O promotor responsável pelo caso, identificado como Alexander Kienko, havia solicitado à Justiça uma pena de dez anos contra Berezhinskaya, no entanto, o tribunal decidiu pela pena de oito anos.

Berezhinskaya é mãe de duas crianças, uma de oito e outra de dez anos. De acordo com informações, ela foi diagnosticada com um transtorno de personalidade, mas o laudo médico indicou que ela não necessitava de tratamento compulsório e estava apta para enfrentar o julgamento. Mesmo diante de sua condição de saúde, que inclui ainda uma pancreatite crônica, a corte não atenuou a sentença.

A repressão contra opositores e críticos da guerra na Rússia tem se intensificado desde o início do conflito com na Ucrânia e condenação de Berezhinskaya destaca a crescente pressão do regime russo sobre vozes dissidentes. Moscou chama a invasão à Ucrânia de “operação militar especial” e diz que ela é necessária para “proteger a segurança do país”. O Kremlin também nega que esteja atingindo civis deliberadamente, mesmo com a Ucrânia divulgando informações constantes sobre ataques em áreas civis.

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