O Kremlin descartou nesta terça-feira (22) a possibilidade de ampliação do grupo Brics durante a cúpula na cidade russa de Kazan, citando as diferentes visões de seus países integrantes, que incluem Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
"A questão da ampliação não está (na agenda). Há diferentes pontos de vista", disse o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, à imprensa local.
Egito, Irã, Emirados Árabes e Etiópia, cujos líderes participarão da cúpula na capital tártara, juntaram-se ao grupo em 1º de janeiro. Arábia Saudita e Argentina também deveriam ter entrado no bloco neste ano, mas a primeira nunca confirmou sua decisão de entrar e a segunda retirou seu pedido no último minuto.
Devido ao grande interesse em participar das atividades do grupo - cerca de 30 países - o Kremlin explicou à época que, por enquanto, não aceitará mais membros, mas apenas associados. Países como Turquia, Azerbaijão e Cuba demonstraram oficialmente interesse em participar, embora outros, como Venezuela, Nicarágua, Tailândia e Malásia, também tenham expressado o desejo de entrar.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que sofreu um acidente doméstico e não participará presencialmente da cúpula em Kazan, disse na semana passada que defenderia o "equilíbrio" de todas as regiões do mundo na ampliação do Brics.
O grupo, que foi fundado em 2006 e realizou sua primeira cúpula em 2009, inclui países com um terço da economia mundial e mais de 40% da população. Analistas enfatizam que, com essa cúpula, Putin tenta mostrar ao mundo que a Rússia não está tão isolada quanto o Ocidente afirma, enquanto abre caminho para a formação de uma nova maioria global para desafiar os Estados Unidos.