À véspera da reunião bilateral entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Barack Obama, o Kremlin manifestou neste domingo as "sérias divergências" existentes entre os dois países.
O encontro desta segunda-feira (18) "buscará confirmar a continuidade do diálogo russo-americano e o desenvolvimento da colaboração em espírito pragmático e construtivo", declarou neste domingo à imprensa Yuri Ushakov, assessor do presidente da Rússia.
No entanto, o conselheiro de Putin foi rotundo ao enfatizar que não há razões para esperar "decisões radicais" dessa reunião presidencial.
"Cabe lembrar que os americanos estão em campanha eleitoral. Nesses momentos, as decisões em princípio são difíceis", lembrou Ushakov. Mesmo assim, segundo ele, "a discussão em si, quando Putin exporá nossos enfoques diretamente a Obama, será útil".
Os dois presidentes se reunirão durante uma hora e meia antes da realização da Cúpula do G20 na cidade de Los Cabos (México).
"(O Kremlin) apoia manter a tendência positiva nas relações com os Estados Unidos, conseguidas por Obama e (pelo anterior presidente russo) Dmitri Medvedev, mas não espera em aplacar os temas espinhosos da agenda bilateral e internacional".
No entanto, ressaltou, "há quem deseja obscurecer o fundo da reunião", e disse que se refere à recente declaração da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que expressou desconfianças de que Moscou forneceria helicópteros de combate russos à Síria, em crise, algo posteriormente desmentido tanto pela Chancelaria russa como pelo Pentágono.
O principal problema bilateral para a Rússia é o propósito dos Estados Unidos de mobilizar na Europa elementos de seu escudo antimíssil, algo visto por Moscou como uma potencial ameaça para sua segurança, pois poderia limitar a capacidade de seus foguetes estratégicos.
"A parte americana não está disposta a oferecer garantias claras de que os elementos que serão mobilizados na Europa não apontarão contra a Rússia. As asseverações verbais são claramente insuficientes", disse Ushakov.
A agenda da reunião entre Obama e Putin prevê ainda discussões sobre temas delicados da cena internacional, como a crise na Síria e o problema nuclear iraniano. O assessor do presidente russo reconheceu os desentendimentos entre os países sobre ambas as questões.
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