Em visita ao Brasil, o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que seu país não recebeu uma solicitação de asilo do ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana), Edward Snowden, que revelou a existência de dois programas secretos de recopilação de dados telefônicos e digitais de milhões de usuários por parte do governo americano.
"Não houve nenhum pedido. Se chegar um pedido formal, nós o avaliaremos", declarou Lavrov em entrevista coletiva junto com o chanceler Antonio Patriota.
Snowden, também ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA), em princípio facilitou a informação sob condição de anonimato, mas reivindicou a autoria dos vazamentos no último domingo em um hotel de Hong Kong, do qual saiu na manhã de ontem, e desde então não há pistas sobre seu paradeiro.
Robert Shleguel, membro do comitê de política informativa da Duma (Câmara dos Deputados da Rússia), afirmou hoje ao jornal russo "Kommersant" que "seria uma boa ideia" outorgar asilo a Snowden.
Por sua vez, o chefe do comitê de Assuntos Internacionais da Duma, Alexei Pushkov, assegurou que "ao escutar as ligações telefônicas e rastrear a internet, os serviços secretos dos EUA violaram suas próprias leis".
"Snowden, da mesma forma que (o fundador do portal Wikileaks, Julian) Assange, é um defensor dos direitos humanos", acrescentou.
Segundo vários meios de comunicação americanos, o governo prepara acusações contra Snowden, de 29 anos, enquanto à investigação já aberta pelo Departamento de Justiça sobre o caso foi acrescentada outra paralela para avaliar as consequências dos vazamentos à segurança do país.
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