A Rússia não vai instalar novos mísseis no enclave de Kaliningrado depois que os Estados Unidos desistiram dos planos para um escudo antimíssil no Leste Europeu, disse neste sábado (19) o vice-ministro da Defesa russo.

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"Naturalmente, vamos abandonar as medidas planejadas para responder ao escudo no Leste Europeu", afirmou Vladimir Popovkin a uma rádio.

"Uma dessas medidas foi a instalação de mísseis Iskander na região de Kaliningrado", disse.

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O comentário do vice-ministro vai ao encontro de um comunicado do enviado russo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Dmitry Rogozin, que já na sexta havia celebrado a proposta do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, por mais cooperação com a Rússia num esquema antimíssil.

O premiê da Rússia, Vladimir Putin, descreveu como "correta e brava" a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de desistir do escudo no Leste Europeu, proposto pelo seu antecessor na Casa Branca, George W. Bush.

O vice-ministro Popovkin afirmou que a Rússia vai continuar gastando parte do seu orçamento no desenvolvimento de forças nucleares estratégicas.

"Esse é o nosso escudo. Precisamos desenvolver isso porque se alguém nos ataca temos algo com o que responder. E essa resposta não vai parecer pequena para ninguém", declarou.

Washington havia proposto o escudo por conta de preocupações de que o Irã buscava desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega.

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A Rússia, porém, viu o fato como uma ameaça a sua própria segurança.

De acordo com o novo plano de Obama, os Estados Unidos vão inicialmente ter navios com interceptores de mísseis e numa segunda fase teriam um sistema de defesa em terra.

O vice-ministro Popovkin também confirmou que a Rússia se interessa por uma embarcação de guerra francesa que, segundo analistas, teria ajudado os russos no conflito contra a Geórgia no anos passado. No entanto, segundo ele, a compra é complicada por causa da oposição da indústria militar russa.

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