A Rússia declarou nesta segunda-feira (31) que o acordo de exportação de grãos da Ucrânia não pode continuar funcionando sem a sua participação e disse que não permitirá que navios que não tenham sido inspecionados pelos seus especialistas atravessem o Mar Negro.
O anúncio foi feito pelo embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, em reunião do Conselho de Segurança convocada pela Rússia após o ataque com drones à sua frota do Mar Negro e da subsequente decisão de suspender o acordo que tinha assinado com Ucrânia, ONU e Turquia para facilitar a exportação de grãos ucranianos.
Nebenzya acusou a Ucrânia de utilizar este mecanismo para fins militares e disse que o seu país não pode permitir a passagem de embarcações que não inspecionou, motivo pelo qual terá de tomar as suas próprias “medidas de controle” se o tráfego continuar.
“Daremos detalhes da nossa abordagem a isto em um futuro muito próximo”, explicou o diplomata, que lamentou que o centro de coordenação em Istambul tenha aprovado alguns navios sem a permissão da Rússia.
Apesar da saída da Rússia do pacto, Ucrânia, Turquia e ONU aprovaram nesta segunda-feira o transporte de 16 graneleiros, 12 deles de portos ucranianos e quatro a caminho da Ucrânia para carregamento, e planejam continuar as inspeções de mais navios que esperam.
Neste contexto, Nebenzya frisou que as decisões tomadas sem a Rússia não a obrigam a nada e insistiu que o acordo do Mar Negro não pode ser implementado sem a sua participação.
O embaixador russo repetiu perante o Conselho de Segurança as alegações feitas nos últimos dias pelo seu governo, que afirma que os drones marítimos utilizados no sábado contra os navios russos no porto de Sevastopol utilizaram o chamado “corredor de grãos”, a zona de segurança do Mar Negro para a exportação de grãos ucranianos.
Moscou sustenta que pelo menos um dos dispositivos pode ter sido lançado de um navio mercante que navega sob o acordo do Mar Negro, e decidiu que não pode continuar no mar por enquanto, embora não tenha anunciado uma saída definitiva.
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